A derrota previsível

Todo mundo sabia que o time do Grêmio iria perder a primeira partida da semifinal da Libertadores para o Cruzeiro. Os jogadores sabiam, a direção sabia, o técnico Paulo Autuori sabia. O problema desta derrota previsível era saber de quanto. Como o Cruzeiro venceu por por 3 a 1, a situação ficou muito complicada para o tricolor gaúcho.

A partida foi no Mineirão, estádio onde o Grêmio realmente não tem sorte contra o Cruzeiro. O time treinado por Adilson Batista manteve uma escrita de sempre derrotar o Grêmio no local desde 1998. Em 11 anos, foram sete partidas, com sete vitórias do Cruzeiro na capital mineira. Ou seja, a derrota era mesmo previsível.

A surpresa, porém, veio do time do Grêmio que iniciou a partida jogando muito bem. A equipe de Paulo Autuori teve mais chances no primeiro tempo. Inclusive uma bola no poste do centroavante Maxi Lopez. O tricolor teve muitas chances, mas não aproveitou nenhuma.

E quem ganha o jogo não é quem produz mais chances de gol, mas sim quem aproveita mais as chances que fez. Resumindo em linguagem de bar: quem não faz leva. Aos 37min de jogo, Kléber levou a melhor pelo lado direito e cruzou para a área. O centroavante Wellington Paulista foi mais rápido que os zagueiros tricolores e cabeceou para balançar as redes do goleiro Marcelo Grohe.

Recém o Grêmio tinha retornado para o segundo tempo, quando Wagner recuperou a bola para o Cruzeiro e arriscou chute tosco da entrada da área. No meio do caminho, o desvio em Tcheco e entrou no canto, sem chances para o goleiro gremista. Um gol ridículo. Quando uma equipe leva um gol assim, o time sabe que os deuses do futebol não estão a favor de ajudar.

O Grêmio sentiu o golpe, a equipe ficou perdida em campo e aos 22 minutos Fabinho aproveitou levantamento de Marquinhos Paraná e desviou de cabeça para anotar o terceiro dos mineiros. A situação ficou dramática. O tricolor gaúcho estava virtualmente fora da Libertadores com esse resultado.

Porém, aos 33 minutos, Souza cobrou uma falta com perfeição e fez renascer as esperanças do Grêmio. Para o tricolor chegar a final terá de vencer o Cruzeiro no Estádio Olímpico por 2 a 0. Não é uma tarefa impossível devido à fragilidade da defesa do time mineiro. O problema é, claro, a tradicional incompetência do ataque gremista.

Em tempo, para vencer um jogo de 2 a 0, é importante terminar o primeiro tempo ganhando de 1 a 0. Mas o ataque gremista gosta de marcar gols somente na etapa complementar. Enfim, como diria um ceguinho esperançoso: veremos.

Jarbas Schier