O fim da era Silas

Silas não é mais técnico do Grêmio. Sua cota de milagres no comando gremista acabou após a derrota para o Fluminense por 2 a 1. Aliás, só mesmo por intervenção divina o time que ele escalou poderia vencer a equipe carioca. É inacreditável, mas Deus - em sua infinita sabedoria - mostrou qual era o caminho certo no primeiro jogo da final do Gauchão. Mas Silas se negou a escutar a Palavra. Bem, Deus não joga, mas fiscaliza.

A derrota ainda serviu para o diretor de futebol Luiz Onofre Meira deixar o Grêmio. Já não era sem tempo. O Grêmio precisa mudar de atitude. É um time sempre preocupado em atacar. Por favor... o tricolor gaúcho é a imagem da retranca. A torcida sonha com volantes e zagueiros. Mas a direção acredita que a melhor defesa é o ataque. Errado. A melhor defesa é a defesa mesmo.

De qualquer maneira, o Grêmio entrou em campo caindo aos pedaços. Sem Jonas, sem Borges, sem o zagueiro Ozeia e sem o goleiro Victor, que foi convocado para a Seleção Brasileira. Silas, então, resolveu inventar e colocou o Willian Magrão de zagueiro! Não deu certo, é claro.

O jogo começou equilibrado. Só que aos 16min houve uma falta. Longe da área, Mariano cobrou por baixo. Atrapalhado, André Lima foi tentar afastar o perigo e, em um lance bizarro, desviou a trajetória do chute. O goleiro Marcelo Gröhe tentou defender, mas não conseguiu chegar na bola. Ou seja, um gol sem qualquer mérito do Fluminense.

Apenas três minutos depois, quando o Grêmio ainda estava assimilando o golpe, da tentava se acertar após o gol quando foi aniquilado em um contra-ataque de manual do líder do Brasileiro. Emerson recebeu de Conca em alta velocidade, deu um drible em William Magrão (que não tem o cacoete de zagueiro), limpou também o goleiro Marcelo Gröhe e tocou para o gol vazio.

A partir daí o tricolor gaúcho passou a depender da desastrada dupla de ataque Roberson e André Lima. Já o Fluminense que teve mais sorte do que futebol, passou a explorar os contra-ataques. Diga-se de passagem o goleiro Fernando Henrique fez boas defesas e saindo de campo garantindo que seu retrospecto é melhor do que o do Lula...

Na etapa complementar, o Grêmio melhorou. Principalmente depois da entrada de Souza. O Fluminense ainda deixou as coisas mais fáceis ao ter um jogador expulso. Fernando Bob exagerou em dividida com Souza, recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Só que mesmo com um homem a mais, a equipe comandada por Silas não conseguiu produzir muitas situações de gol.

Aos 35 minutos, Roberson deixou André Lima livre de frente para o gol, sem goleiro. Ou seja, o leitor da ZeroZen faria o gol sem problemas e até mesmo aquele seu tio obeso. Só que o centroavante gremista chutou por cima do travessão. Coisa de apavorar qualquer torcedor.

Aos 43 minutos, André Lima fez o gol de honra do Grêmio. Ele recebeu de Souza na grande área e bateu para o gol, sem chances para Fernando Henrique, que disse que a culpa só podia ser do Lula. O pior de tudo é que o Fluminense quase fez mais um no contra-ataque. Washington chutou na trave. É dose perder para um time tão mediano como o Fluminense. O Grêmio volta a jogar pelo Brasileiro contra o Goiás no Olímpico. É um jogo de vida ou morte para ambas as equipes.

E o Inter? Passou toda a Libertadores com atuações pífias e patéticas. Exatamente como em 2006. Só que o campeonato parou devido a Copa do Mundo e os colorados sabem o que fazer com tanto tempo livre. O Inter voltou melhor. Sim, Celso Roth não ganha. Mas desta vez não precisava vencer. Tomou um banho de bola do São Paulo, perdeu só por 2 a 1 e seguiu em frente na base do saldo qualificado. Pior ainda, sem esforço algum ficou com a vaga no mundial, graças ao Chivas do México.

O que resta aos gremistas? Secar com todas as forças. Porém, se o Inter for bi-campeão da Libertadores e bi-campeão mundial, ainda há uma alternativa. Mudar a construção da Arena para Santa Catarina...

Jarbas Schier

P.S. - Um resumo da era Silas? Simples o Grêmio Si-lascou...