O campo de distorção da realidade

O Inter acredita que fez uma partida histórica contra o Paraná. Com um jogador a mais desde o primeiro tempo massacrou a equipe adversária e venceu por inacreditáveis 5 X1. Mas, espera um pouco... Desde quando vencer com um jogador a mais é ganhar uma batalha impossível? Desde quando jogar o time que tem uma vantagem tão expressiva pode ser chamado de heróico? É o campo de distorção da realidade entrando novamente em ação.

A vitória colorada aconteceu em um jogo atípico. O Paraná tinha vencido o primeiro jogo por 2 a 0. Logo no primeiro minuto, o Colorado perdeu o apoiador Jonas, que se chocou com o companheiro Índio, bateu a cabeça no chão e saiu do campo direto para uma clínica de Porto Alegre, com suspeitas de fratura na face e traumatismo craniano. E, acredite quem quiser, foi a equipe comandada por Paulo Bonamigo que saiu na frente. Fez um a 1a 0 logo no início do jogo aos dois minutos com atacante Fábio Luis. O Inter reagiu e empatou no minuto seguinte com Andrezinho.

Até este momento era um jogo equilibrado, embora com um ritmo alucinanate. Ou seja, era uma partida de caráter imprevisível. Porém, na seqüência a situação do Paraná se complicou com a expulsão do lateral-direito Ângelo, após falta em Andrezinho. Em hipótese alguma o jogador merecia o cartão vermelho. Era falta para amarelo e olhe lá.

Com a injusta e inexplicável expulsão, a equipe paranaense desandou. O Inter passou ser uma espécie de valentão do colégio. Ou seja, passou a espancar sem piedade o facrote do Paraná. Foi um massacre. Tanto que ao fginal do p´rijeiro tempo o placar já estava 3 a 1 para o colorado. O segundo gol colorado acabou acontecendo aos 31 minutos, depois de um cruzamento de Bustos, Índio, livre de marcação, marcou. Depois Fernandão escorou o lançamento para Andrezinho, que, com categoria, fez o seu segundo gol na partida

O jogo que já estava ruim para o Paraná, ficou ainda pior quando o meia-atacante Joélson e o zagueiro Sidnei, do Inter, foram expulsos após trocarem empurrões. A expulsão acertou o time do Inter, que tinha zagueiros demais e acabou por liquidar com as chances de reação da equipe de Paulo Bonamigo.

Na segunda etapa, o Paraná só teve forças para resistir 18 minutos. Andrezinho cruzou na área, Jumar não alcançou e Magrão, com oportunismo, marcou de voleio, para delírio da torcida do Internacional. Minutos depois, o Paraná quase marcou, mas a trave direita salvou o gol de Éverton.

O Inter seguiu trucidando o Paraná e quando o placar de 4 a 1 parecia definido, Nilmar invadiu a área e foi derrubado por João Paulo. Pênalti bem cobrado por Fernandão. Pronto. O colorado fez o dever de casa. Venceu Paraná jogando a maior parte do tempo com um jogador a mais. O jogo foi uma batalha? Não. Foi uma vitória heróica? Não. Foi uma vitória da raça e da superação. Não.

Mas o campo de distorção da realidade criado pelos colorados acredita que sim. O Grêmio fez uma vitória heróica na casa do adversário com quatro jogadores a menos. O Inter venceu em casa sempre com um jogador a mais e vem falar de raça de "alma castelhana"...

Jarbas Schier

P.S - A direção do Paraná criticou duramente a falta de critério do árbirtro, pois expulsou Ângelo e, em lance semelhante, não deu sequer cartão amarelo para Magrão. Bem, esse pessoal está equivocado. O árbitro mostrou que tem um critério, que foi favorecer sempre o Inter....