Um prêmio de consolação que não consola ninguém
Verdade seja dita: poucas coisas são mais deprimentes do que uma decisão de terceiro lugar. Na Copa do Mundo, é um atestado claro e inapelável que você fracassou. Por isso, Alemanha e Uruguai fizeram um jogo macambúzio, sorumbático, taciturno e profundamente triste. O consolo da seleção germânica, que venceu a partida por 3 a 2, foi quer um tabu da história dos Mundiais. Ou seja, pela primeira vez, uma seleção ficou com o 3º lugar em duas ocasiões consecutivas. O que, é claro, significa menos do que nada.
A partida começou movimentada no Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth. O gol não demorou a sair, apesar da chuva torrencial. Aos 18min, Schweinsteiger arriscou de longe e o goleiro Muslera rebateu a bola para o meio da área. Thomas Müller aproveitou a falha e só teve o trabalho de chutar para o gol vazio no rebote.
Depois do gol, a Alemanha relaxou. Alguns jogadores aproveitaram para tomar um chopp no lado do campo. Com tanta displicência, o Uruguai foi pra cima. Aos 27 minutos, Schweinsteiger perdeu a bola no meio de campo, Suárez - o melhor goleiro da Copa - puxou o contra-ataque e acionou Cavani na esquerda. O jogador entrou na área e tocou com tranquilidade no canto de Butt para empatar.
Na etapa complementar, o Uruguai voltou melhor. Nem poderia ser diferente, por que depois de um churrasco, de um chimarrão e de um quilo de dulce de leche a Celeste está preparada para qualquer desafio. Aos 5 minutos, Arévalo cruzou da direita e Forlán emendou um lindo sem-pulo para virar a partida. Só que a Alemanha não desiste nunca.
Aos 10 minutos, a seleção germânica empatou. Boateng levantou a bola na segunda trave, Muslera saiu mal (provando que o melhor goleiro do Uruguai é mesmo Suárez) e Jansen subiu para desviar de cabeça, deixando tudo igual no placar. Então o Uruguai ficou entediado e desistiu do jogo.
Já a Alemanha seguiu atacando por falta de coisa melhor para fazer. Então, aos 36 minutos, quando tudo parecia indicar um empate, Khedira fez o terceiro da Alemanha. Após cobrança de escanteio, a bola rebateu em Lugano e sobrou limpa para o volante alemão, que cabeceou para o fundo das redes.
Fato: o terceiro lugar é um prêmio de consolação que não consola ninguém. É não ter a Larissa Riquelme e se contentar com a Preta Gil. Ou seja, é praticamente igual só que completamente diferente...