Command & Conquer 3: Kane's Wrath

Um pacote expansão para Command & Conquer 3: Tiberium Wars era tão previsível quanto inevitável. Afinal Command & Conquer é uma franquia que nunca perde uma oportunidade de tirar leite de pedra.

Desenvolvido pela obscura Breakaway Games e distribuído pela Electronics Arts, Kane's Wrath trás apenas uma nova campanha de single player, dedicada inteiramente à irmandade de NOD e 30 novos mapas para multiplayer. O que de certa forma compensa a falta de uma campanha com a GDI (Global Defense Initiative) ou mesmo com os Scrin, aquela raça alienígena introduzida no jogo anterior.

A história do jogo começa em 2034, treze anos antes dos eventos que culminaram no cenário apocalíptico do jogo anterior. E vai avançando aos poucos na narrativa da ascensão de queda da Irmandade de NOD antes do fim da Segunda Guerra do Tiberium. Em resumo é basicamente a NOD lutando contra a GDI, como em tantos outros títulos da série. Numa história que possui uma profundidade na qual uma formiguinha passa com água pelas canelas.

Parece haver um grande esforço dos desenvolvedores em tornar os personagens do jogo um pouco mais interessantes. A história capenga e a falta de atores mais carismáticos torna essa uma tarefa quase impossível. Um bom exemplo disso é Michael Ironside, o ator que faz Kane, um dos vilões mais fracos da série. Falando em carisma, Natasha Henstridge de Espécies se destaca por razões óbvias.

A campanha do modo de single player começa bastante desbalanceada. Parece que por você estar jogando com o vilão os desenvolvedores resolveram engrossar o caldo. O exército da GDI, está muito mais forte que seus rivais da NOD. O que torna o jogo bastante frustrante.

Kane's Wrath traz também um novo modo chamado "Global Conquest Mode" que equivale ao "free mode" de Spellforce 2 com uma pitada de Dawn of War: Dark Crusade. Onde você pode jogar um cenário da campanha de single player sem se preocupar com a história, num esquema mate todos e sobreviva para contar a história. É interessante, mas serve no fundo para mostrar o quão desbalanceada é a campanha de single player.

Ao menos não há limites para construção de veículos ou soldados. Você pode construir quantos quiser, mas apenas um de cada vez. O que ainda assim é um alivio, principalmente depois de jogar qualquer título da série Warhammer 40,000, em especial de Dawn of War: Soulstorm. No entanto o espaço para construir sua base é bastante limitado, o que faz com que você acabe construindo suas instalações praticamente uma em cima do outra. Sem falar que isso facilita bastante o trabalho do computador na hora de atacar sua base.

Quanto aos gráficos, não há qualquer mudança em Kane's Wrath: mesmo engine apenas novos cenários. Ainda é um belo jogo, mesmo que hoje em dia sofra concorrência direta de vários outros jogos como World in Conflict e Supremme Commmander em termos de excelência gráfica.

Kane's Wrath é um jogo de estratégia para quem domina a arte, em especial 'rushing'. Pois não há espaço para erros ou táticas mais elaboradas. Jogadores causais devem passar batido, pois vão se frustrar com a dificuldade das missões. Mas quem tiver mais experiência no gênero e considere jogar uma campanha desbalanceada o seu tipo de desafio. Então Kane's Wrath é uma boa pedida.

Saulo Gomes

Prós: Mais do mesmo, de novo, outra vez e novamente.
Contra: Mais do mesmo de novo, outra vez e novamente. Uma campanha apenas e bastante desnivelada.

P.S.: Em tempo: o jogo tem de novo missões no Brasil. Agora no Rio de Janeiro, ou melhor no que sobrou do Rio de Janeiro. Ao contrário do que escreveu a outra Zero não vá esperando pontos turísticos ou nada reconhecível.

Requisitos Mínimos:
Processador: XP 2.0GHz ou AMD superior ou equivalente, Vista 2.2 GHZ ou AMD superior ou equivalente;
Memória: 1GB para XP; 2GB RAM para Vista;
Espaço no HD: 6 GB;