Kingpin – Uma vida de Crimes

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Após a tragédia do Morumbi Shopping a mídia mais uma vez resolveu voltar sua atenção para violência nos jogos para computador, que poderiam ou não ter influenciado o ‘maníaco do cinema’. A ZeroZen que não acredita nessas bobagens escolheu para comentar nessa edição, justamente, o jogo mais violento para PC lançado este ano: Kingpin – Life of Crime.

Produzido pela Xatrix— que antes havia lançado, entre outros jogos, o clássico Redneck Rampage—, distribuído mundialmente pela Interplay e lançado  pela Works multimídia no Brasil. O game Kingpin é um típico jogo de primeira pessoa, bastante violento e pouco recomendável para pessoas muito influenciáveis, e diversão garantida para psicopatas em potencial ou não.

A grande novidade em Kingpin é a maior interação entre os personagem, seguindo a mesma linha de games consagrados como Half-Life. Em Kingpin você pode questionar os personagens coadjuvantes do game de duas formas: uma maneira positiva, com bons modos como sua mamãe lhe ensinou, ou de uma maneira negativa, como recomenda aquela sua tia desbocada que fala mais palavrões que a Dercy Gonçalves. O game é recheado da, vamos dizer assim, linguagem das ruas, que basicamente usa palavrões como virgula. Como o jogo não foi traduzido para o português, você poderá se deliciar com os escabrosos diálogos em inglês.

Diferente da maioria do jogos de primeira pessoa, você não luta contra alienígenas, o cenário de Kingpin são as gangues de rua. O game tem uma ambientação inspirada nas letras de Gangsta Rap, incluindo até mesmo como trilha sonora a música do grupo de rap americano Cypress Hill.

No começo do jogo  você acabou de levar uma surra de uma gang rival, está desarmado e sem dinheiro. Seu objetivo inicial no game é juntar uma grana para comprar uma boa arma para você. O arsenal disponível em Kingpin é tudo o que você precisa em matéria de defesa pessoal, e vai de um lança-chamas até uma bazuca. O dinheiro tem importante função no jogo, pois serve para você comprar munição, armas, medicamentos, ou mesmo contratar um guarda-costa, se as coisas ficarem realmente difíceis. Por isso sempre que você detonar algum inimigo deve revistá-lo para ver se ele não tem algum dinheiro ou munição. Todas as fases possuem objetivos diferentes, o único ponto em comum, aparentemente, é sua sede de vingança. Em certas fases você terá que contratar especialistas para fazer determinadas funções, como por exemplo abrir um cofre, ou explodir algo etc. Sem ajuda desses manés você não consegue terminar a fase, sem falar que se você deixar que um deles seja morto é fim de jogo.

Quanto a parte gráfica Kingpin usa o engine do Quake 2, e é aí que começam alguns problemas. Apesar de inúmeras melhorias, principalmente nas texturas 3D, que garantem gráficos bem detalhados. Os velhos problemas do engine do Quake 2 se repetem em Kingpin, entre eles a demora exorbitante para carregar as fases e o sistema de saves pouco confiável. Sem contar aqueles arquivos saves enormes, que as vezes chegam a 11mb. Isso acrescido do fato que o jogo requer 570 mb de espaço livre no seu disco rígido para instalação completa. E não existe uma opção de instalação intermediária...

Além disso a configuração mínima recomendada para o game não é pouca coisa, requer uma placa de vídeo com aceleração gráfica 3D com suporte para Direct 3D, Open GL ou Glide, e um pentium II 300 Mhz com 64 MB de RAM para rodar bem.

Outro problema é a inteligência artificial do game, que obviamente lembra muito a do Quake 2. Ao contrário do que se poderia esperar, não parece ter havido grandes aperfeiçoamentos nessa área, principalmente se comparado com o sistema de inteligência artificial de games como Half-Life.

Enfim, a combinação de violência gratuita e linguagem chula de Kingpin é música para os ouvidos de muita gente. Mesmo que pareça o fim do mundo para alguns, Kingpin tem uma audiência garantida. O game possui uma jogabilidade clássica e consagrada, e quem é fã de jogos em primeira pessoa não tem muito o que reclamar de Kingpin. O sistema de fases com missões bem estruturadas e a variedade de situações escatológicas garantem que o jogo não caia nunca na monotonia. Para quem curte o gênero Kingpin é diversão garantida.

Saulo Gomes

Sites Relacionados
http://www.xatrix.com/
http://www.interplay.com/