Tom Clancy's Rainbow Six Vegas 2

A cidade de Las Vegas não deixa de ser um cenário estranho para um jogo de combate ao terrorismo. Localizada no meio do deserto, na costa oeste americana, não possui, em tese, qualquer valor estratégico ou relevância que a torne um alvo em potencial. No entanto, em Tom Clancy's Rainbow Six Vegas 2 a produtora Ubisoft, ao invés de buscar novos cenários, parece ter a pretensão de tornar a cidade numa franquia. O que não é necessariamente uma boa idéia. Mas se fizeram uma série de televisão sobre investigadores forenses passada em Las Vegas por que não jogo sobre terroristas?

Em Tom Clancy's Rainbow Six Vegas 2 você está de novo no comando de uma pequena equipe de assalto lutando contra terroristas genéricos e sem pátria, perdidos na cidade de Las Vegas. Esses, definitivamente, não são terroristas pé-de-chinelo do oriente médio. Eles até usam as mesmas táticas empregadas por sua equipe, como bombas de fumaça e fazem uso de escudos. O que esses caras estão fazendo com esse tipo de material e como eles sabem usá-los é um mistério. Já que a história de fundo é meramente funcional e não explica muita coisa.

Pouco mudou em relação ao primeiro jogo. A mudança mais significativa foi a introdução de um sistema de recompensas, extraído direto da versão para XBOX 360. O problema é que fica meio estranho ter que somar uma série de pontos para liberar armas e equipamentos que já estavam disponíveis no primeiro jogo desde o início.

Também não espere qualquer mudança no sistema de checkpoints para salvamento automático. O que significa que você não pode salvar o jogo a qualquer momento. O que num jogo, onde com um tiro bem dado você está morto. É meio caminho andado para frustração. Ao menos esse sistema funciona bem melhor do que em Medal of Honor: Airborne. Isso até você empacar em algum nível e ter que repetir a mesma seqüência várias vezes.

Como no jogo anterior existem poucas opções de comando para sua equipe, somente três para ser exato. Uma limitação que revela a origem para consoles do jogo. E o óbvio foco na ação em detrimento da estratégia.

Outra coisa que não mudou é a forma como você ao levar um tiro, acusa o golpe: a tela fica fora de foco e vai progressivamente ficando mais escura. Apesar de ser, digamos, mais realista, isso é usado de forma exagerada e parece ter como único objetivo impedir que você responda prontamente ao fogo do inimigo. Falando em realismo ao ser ferido tudo o que você precisa fazer é procurar rapidamente uma proteção qualquer e esperar por alguns segundos para que sua saúde volte ao normal. Outra curiosidade é que: enquanto você pode restaurar a saúde de seus colegas de trabalho, eles não podem fazer o mesmo por você. Tipo quando você levar um tiro fatal morreu mesmo.

O modo multiplayer salva, em parte, Rainbow Six Vegas 2 da mediocridade. Além de trazer uma grande variedade mapas é possível jogar o modo single-player em 'co-op' pela Internet ou LAN. No entanto os mapas de multijogadores são bem menos detalhados e não há um sequer passado num cassino. O que é no mínimo estranho. Detalhe: o multiplayer requer a instalação obrigatória do abusivo programa punkbuster. Naquele mesmo esquema de ficar residente no seu computador o tempo todo mesmo quando você não estiver jogando.

Quanto aos gráficos, não há realmente grandes diferenças em relação ao jogo anterior. Rainbow Six Vegas 2 usa o mesmo engine gráfico 3D baseado na tecnologia Unreal, como a maioria dos jogos hoje em dia. De diferente mesmo só o tempo para carregar as fases, que agora é bem mais longo. Os cenários são bem detalhados, o que ironicamente muitas vezes dificulta um tiro de longo alcance. No geral os gráficos ainda impressionam, mas não é nada que a essa altura do campeonato você já não tenha visto antes.

Enfim Rainbow Six Vegas 2 é ideal para quem busca um jogo de ação relativamente mais realista e siga a regra do um tiro bem dado você está morto. Não há nenhuma mudança muito relevante na jogabilidade ou mesmo nos cenários. O foco na ação dá a estranha sensação que esse jogo poderia se chamar algo como Call of Duty: Las Vegas. O que não é exatamente um mau negócio. Mas no fundo se você está procurando um jogo de tiro tático fique com SWAT 4. Agora se está procurando um jogo de ação, Rainbow Six Vegas 2 é uma boa pedida. Só não deve ser prioridade de ninguém.

Prós: Mais do mesmo.
Contra: Mais do mesmo agora com o programinha abusivo e intrusivo punkbuster. O herói ainda joga granada como uma garotinha.

Saulo Gomes

Requisitos Mínimos:
3.0 GHz
1 GB RAM XP, 2 GB RAM Vista
Placa de vídeo de 256 MB compatível com DirectX 9.0c