Sifu

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A ZeroZen gostaria muito que em algum momento o game Sifu fosse escolhido para ser um dos jogos da PS Plus. O motivo? Entrando no modo 5ª série: A gente poderia dizer que a Sony deu Sifu. Logo, a Sony Sifu deu. Enfim, depois de feita a piada obrigatória sobre esse jogo da desenvolvedora francesa Sloclap resta uma pergunta: ele vale ou não a pena?

A resposta para a pergunta do parágrafo inicial é não. Porém se você tiver uma paciência de mestre ninja e uma notável tolerância às frustrações pode até se divertir. Por incrível que pareça, Sifu nada mais é do que um beat 'em up. Só que é altamente punitivo. E com uma curva de dificuldade irritante.

O game tenta emular um daqueles filmes antigos de Kung Fu. Há uma tragédia no começo da história e um herói solitário vai partir em busca de vingança. Bem, se você algum dia se perguntou se realmente seria possível derrotar tanta gente só usando os pés e as mãos, Sifu tem essa resposta. É claro que não dá. O mais provável é terminar no chão em uma poça de sangue.

A Sloclap pesquisou sobre o assunto. O estilo usado no game é Kung-Fu Pak Mei. O repertório de golpes da personagem é baseado nessa escola de artes marciais. E, pasmem, existem mais de 160 combinações possíveis de golpe. Diga-se de passagem, mesmo com todo esse arsenal, não vale a pena sair distribuindo sopapos. Muitos inimigos estão distraídos e podem ser neutralizados rapidamente.

Perder vida - ainda que pouca - não é um bom negócio em Sifu. É preciso estar bem preparado na hora de enfrentar o chefão da fase. Aliás, todo cuidado é pouco. Mesmo um NPC medíocre pode derrotar o herói sem dificuldade. Basta errar algum golpe ou sequência. Isso acontece às vezes por conta do péssimo posicionamento da câmera. Em um jogo tão punitivo, esse é um grande problema.

O curioso é como a Sloclap usa o tempo como uma das mecânicas do jogo. No início da jornada, é possível escolher se a personagem será feminina ou masculina. Porém, isso não faz a menor diferença em termos de gameplay. O objetivo é vingar os responsáveis pela morte de seu pai. Aliás, seu progenitor deixou um ótimo presente de despedida: um pingente.

O artefato é místico. Ele tem o poder de trazer o personagem de volta à vida. Só que cobra um preço: a sua juventude. Então isso é uma espécie de "continue" em Sifu. É uma mecânica bem interessante. Quanto mais velho, mais fortes e precisos ficam os seus golpes. Porém, a barra de vida diminui.

O problema é que - a cada nova fase desbloqueada, fica registrado a idade com que você iniciou a fase. Percebeu? Ninguém - talvez com exceção do Keanu Reeves - fica mais jovem com o passar do tempo. Isso rapidamente se torna um grande problema. É muito difícil passar por todas as fases com uma idade baixa. Só que entrar muito velho em certas fases é como esperar na fila do SUS. Ou seja, a morte pode chegar a qualquer momento. Inclusive, se você passou dos 70 anos já perdeu a vontade de se vingar...

Portanto, é preciso dominar todas as fases anteriores até conseguir chegar em uma idade razoável no último chefão. Aliás, eles são um dos destaques do jogo. Cada um deles traz referências visuais de cada um dos cinco elementos chineses: água, metal, fogo, terra e madeira.

Em comparação com Absolver, game anterior da Sloclap, houve uma nítida evolução. Sifu, claro, é difícil demais para justificar as poucas fases. Então, nada como fazer o jogador perder 15 horas até conseguir vencer o primeiro chefão. Tem gente que gosta de sofrer é só ver as vendas da série Dark Souls. Ainda assim, dá para apostar em uma continuação de Sifu. A ZeroZen já tem até a ideia para o novo game. Ativar modo quinta série de novo: Ele poderia se chamar TomanoKu...

J. Tavares

Prós - Combate e mecânicas interessantes, ser um mestre das artes marciais

Contra - Altamente punitivo, descobrir que ser um mestre das artes marciais é muito difícil