Tomb Raider - 10th Anniversary

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Tomb Raider é um típico fenômeno dos anos 90, assim como locadoras de CDs e as Spice Girls. Apesar de Lara Croft ter chegado aos cinemas e conquistado novos fãs, o game vinha perdendo relevância a cada nova edição. No fundo Tomb Raider sempre deixou aquela estranha sensação de 'por que eu estou jogando esse game mesmo'? Acentuada por longos momentos de tédio e frustração.

O primeiro Tomb Raider sempre foi considerado o melhor game da série, pois foi um dos poucos que as pessoas jogaram até o final. Por isso se esperava que Tomb Raider - 10th Anniversary representasse algo como a grande volta a forma de Lara Croft. Já que a franquia degringolou completamente a partir do segundo episódio.

Desta forma Tomb Raider - 10th Anniversary é um 'remake' à moda de Hollywood, leia-se sem restrições de orçamento, do primeiro game. Talvez seja inocência dos desenvolvedores acreditarem que alguém ainda se lembra de um jogo feito em 1996 para o Windows 95/DOS. Nós da ZeroZen certamente não.

A verdade é que eles poderiam ter feito um game completamente novo que ninguém ia notar a diferença. Assim Tomb Raider mescla cenários 'inspirados' no game original, com novas localidades, que servem de pano de fundo para uma história que não fazia o menor sentido em 96 e continua sem fazer em 2007.

O roteiro nunca foi o forte de Tomb Raider, e pensando bem nem no cinema. Por isso, nesse remake os desenvolvedores resolveram ao menos tentar amarrar alguns nós soltos da história original. Mas não dá para levar a sério um enredo que começa com uma explosão nuclear no Novo México em 1945, coloca ursos e dinossauros no Peru nos dias atuais e de alguma forma tudo isso está relacionado com a lenda da cidade perdida de Atlantis. Resumindo Croft precisa encontrar algum artefato arqueológico obscuro chamado "Scion of Atlantis", que a levará a diversas partes do globo.

Tomb Raider tem praticamente a mesma jogabilidade dos anos 90, mas algumas mudanças aqui e ali foram introduzidas nessa edição. Mas a maioria dos problemas da série permanecem intactos, como controles imprecisos e uma câmera que nunca parece estar no lugar certo. O quão difícil seria criar um zoom, como em Oblivion? Onde você possa passar da terceira pessoa para primeira com ajuda do mouse?

O game traz grande parte das inovações introduzidas na série em Tomb Raider: Legend. As dispensáveis seqüências de ação do tipo "Dance Revolution", por exemplo, estão de volta. Aquelas 'cutscenes' nas quais você precisa repetir uma série de movimentos com as setas direcionais para avançar no game.

Certas mudanças mais complicam do que ajudam. Nadar sempre foi uma tarefa simples para Lara Croft, mas agora você tem agora uma tecla para mergulhar, outra para submergir e uma terceira para acelerar o nado. Tudo isso mais os direcionais e o mouse.

Outra curiosidade é que Lara não mais dá pulos sobre-humanos como nos primeiros games da série, digamos que suas qualidades acrobáticas estão bem mais pé no chão e realistas.

Grande parte da ação do game está focada em resolver 'puzzles', quebra-cabeças, como localizar chaves ou descobrir como ir de determinado ponto a outro, sem ter qualquer indicação de como fazer isso. Jogar qualquer game da série Tomb Raider sem um "walkthrough", guia, é um exercício de tentativa e erro. Nunca parece haver um objetivo definido e basicamente você precisa descobrir tudo sozinho. Para facilitar as coisas sempre que Lara passar por um item ou objeto relevante à trama, um pequeno triângulo com um ponto de exclamação vai aparecer na tela, para deixar bem claro que o mesmo não passe despercebido. Mas mesmo assim é fácil se perder e ficar empacado naquela clássica pergunta que todo gamer já fez em algum momento: o que diabos eu tenho que fazer agora?

Como se não bastasse o game tem um sistema de salvamento de fases típico de consoles. Apesar de ser possível salvar a qualquer momento, esse 'save' será referente somente ao último checkpoint, mesmo que você tenha feito um enorme avanço depois disso. Sem contar que não há no menu uma opção de carregar o último checkpoint!!! O que é frustrante para dizer o mínimo. Lembram daquelas seqüências de saltos intermináveis que invariavelmente você acabava errando o último. Agora imagina não poder salvar o game nesse ponto e ter que refazer toda a seqüência de novo. Esse tipo de frustração.

Falando em frustração, o pessoal da velha guarda vai se surpreender, pois esse game é bem mais difícil que o original. Muitas seqüências de acrobacias são cronometradas e não há margem de erro. Se o tempo acabar antes de terminar a seqüência você já era. Inclusive quem idealizou a fase "The Great Pyramid " já tem lugar reservado no inferno dos desenvolvedores de games. Outra estultice é o "adrenaline dodge", algo como desvio adrelinado, que consiste em encher os inimigos, chefões em especial, de tiros até que o medidor de adrenalina do mesmo chegue ao máximo. Só então, quando ele avançar de maneira trescoucada em sua direção para atacá-lo você pode fazer o tal "adrenaline dodge". Se você fizer o desvio corretamente, vai poder atingir de verdade o chefão. Tipo todos aqueles trocentos tiros que você deu antes não valem para nada. E é claro: você vai ter que repetir esse processo várias vezes...

Enfim o grande destaque de Tomb Raider - 10th Anniversary fica mesmo para os gráficos. O pessoal da EIDOS/Crystal Dynamics fez um excelente trabalho com as novas tecnologias de aceleração 3d, os cenários e as texturas são impressionantes. Sem contar detalhes interessantes como quando Lara sai da água podemos ver o seu corpo sexy molhadinho... Digo o efeito de gotículas d'água pelo corpo da heroína do game.

O áudio também merece ser mencionado, pois segue a tendência hollywoodiana de subir a música e grandes explosões nos momentos de maior tensão. O que se você tiver um sistema soundround 5.1 garante alguns bons sustos.

Visto agora Tomb Raider é um típico artefato de sua época, o final dos anos 90, quando a industria de games começava a se consolidar. O game original ameaçou até mesmo se tornar um gênero próprio, mas acabou não acontecendo por várias razões. 10th Anniversary é uma bela homenagem, mas sinceramente quando se começa a andar para trás é porque não há mais para onde ir para frente.

Saulo Gomes

Prós: é Lara Croft com gráficos de última geração...
Contra: Por que eu estou jogando esse game mesmo? O adrenaline dodge é um poço de frustração a mais, nos já frustrantes chefões de fase.

Requisitos do Sistema
Microsoft Windows 2000, XP, Vista
CPU: Pentium 3 1.4Ghz or Athlon XP 1500+
RAM: 512MB (Windows 2000/XP) 1GB (Windows Vista)

Placas de Vídeo suportada:
nVidia - 8800 GTS, 7950 GX2, 7800 GTX, 7600 GT, 7300 LE, 6800 GT, 6600 GT, 6200, FX 5950 Ultra, FX 5900 Ultra, FX 5700 Ultra, FX 5500, FX5200 Ultra, FX 5200 Ultra, FX 5200, GF4 ti 4800, GF4 ti 4200, GF3 ti 500, GF3 ti 200, nForce 2.
Amd/Ati - X1900 XT, X1800, X1600 Crossfire, X1600, X1300, 9800 Pro, 9700 Pro, 9600 Pro, 9000 Pro, 9200, X850 Pro, 8500, X800 Pro, X800, X700, X600, X300 SE.

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