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O mal-estar na loserlandia


Todo loser possui necessidades que ao longo de sua vida nunca são completamente supridas. Quer seja pela natural falta de habilidade para o convívio social ou sua notória facilidade de botar os pés pelas mãos. Isso leva o loser a um sentimento prolongado de inadequação e impotência diante os infortúnios da vida.

Para tentar suprir essas necessidades o loser acaba precisando recorrer a uma série de gratificações substitutivas. Essas podem ser desde coisas simples, como uma balinha de troco, uma raspadinha não premiada de brinde, uma mala direta, ou mesmo um vale transporte descontado do seu salário. Pequenas coisas que servirão para apaziguar o sentimento de frustração e o mal-estar do loser.

Mas muitas vezes apenas essas gratificações não são suficientes, pois muito dessa frustração se origina da falta de noção do loser para calcular suas chances ao enfrentar um desafio qualquer, do mais corriqueiro ao intransponível (alvo mais comum do loser).

Toda criatura costuma pensar que não importa o tamanho do desafio, pois todas as derrotas serão iguais. Mas, obviamente, as coisas não são bem assim. Pois quanto maior é o objeto de desejo do loser maior será o seu fracasso e frustração.

Ao presumir erroneamente a homogeneidade do impacto de seus revezes, o loser acaba se aventurando nas mais desvairadas conquistas; que lhe custarão grande parte do seu tempo, o pouco do seu dinheiro e boa parte de sua saúde física e mental. E dificilmente trarão quaisquer frutos positivos.

Por isso se faz necessário, para contrabalançar a grande necessidade de gratificações substitutivas com seus constantes desatinos, que o loser estabeleça prioridades e diminua suas expectativas. Esse é o primeiro passo para que a criatura consiga alcançar um parâmetro estável entre seu mal-estar e suas pequenas e inócuas conquistas substitutivas. Só assim o loser poderá viver uma vida produtiva, ainda que sem grandes aspirações ou objetivos concretos.

(Continua na próxima edição)