NÃO INTERESSA A NINGUÉM, MAS...

Na diplomacia brasileira sempre cabe mais um

A visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil foi cercada de polêmica. O presidente iraniano negou o Holocausto e defende o fim do Estado de Israel. Sua visita a Brasília começou com protestos diante do Palácio Itamaraty contra o visitante. O problema é que a diplomacia brasileira é que nem fusca de pobre: sempre cabe mais um...

O encontro foi absolutamente constrangedor para o Brasil. A visita, claro, irritou Israel. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, fez pouco caso. "Se não aceitarmos visitantes, porque determinados países não concordam com isso, não receberemos mais quase ninguém", disse Amorim.

Acredite quem quiser, Amorim ressaltou que as relações entre Brasil e Irã "são uma realidade". Segundo o ministro, trata-se de um país importante, que tem um papel indiscutível no Oriente Médio.

O presidente Lula, que luta para que o Brasil ganhe uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, defendeu o enriquecimento de urânio pelo Irã "para fins pacíficos". "O Brasil tem um modelo de desenvolvimento de energia nuclear reconhecido pelas Nações Unidas e conhecemos a polêmica sobre o mesmo desenvolvimento em relação ao Irã. O Brasil defende que o Irã tenha direito ao desenvolvimento de urânio para fins pacíficos, tanto quanto o Brasil vem desenvolvendo. É simples. Aquilo que defendemos para nós, defendemos para os outros", declarou.

Pois é... depois a diplomacia brasileira não sabe que por que ninguém mais da ONU convida o nosso país para tomar um chope depois do expediente...

O presidente do Irã, que já afirmou que "não há homossexuais" em seu país, tentou fugir das polêmicas. Ahmadinejad, em um discurso de 17 minutos, afirmou que sua política é baseada na defesa dos direitos humanos, da paz e da produção de energia nuclear para fins pacíficos. "A presença do Brasil pode levar ao aperfeiçoamento. Acreditamos que o Brasil pode atuar como um elo entre o Irã e a América Latina", ressaltou.

Mahmoud Ahmadinejad é um pária perante a comunidade internacional. Mas, para o Brasil, ele é um sujeito gente boa. Talvez um pouco incompreendido. Embora pareça estranho para qualquer outro país do mundo esse tipo de atitude, vale lembrar que nós temos essa alma caridosa.

O Brasil aceitou Ronald Biggs, o famoso assaltante do trem pagador. Ou para citar um exemplo mais recente deu abrigo e guarida a Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana por ter participado de quatro assassinatos entre 1977 e 1979, quando era integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo.

Ou seja, o Brasil não tem preconceito ou discriminação. Quem chegar será bem-vindo. Aqui tem lugar para todos. Para os proscritos, os lorpas, os pascácios, os indigentes, os mentirosos, os canalhas, os genocidas, os fãs de George W. Bush, os leitores da saga Crepúsculo, os desvalidos, os inconsequentes, os bregas, os pacóvios, os amantes da lambada, os defensores do futebol moleque, os adoradores do Galvão Bueno e do Rubinho Barrichello, os intelectuais de boteco, os criadores das "Festas Anos 80", os defensores da Playboy da Fernanda Young, os fãs de cerveja quente, enfim, qualquer um!

Em resumo: se o seu país tem alguém escroto e insuportável pode mandar para o Brasil! Na diplomacia brasileira sempre cabe mais um...

Da Equipe de Articulistas