Corrente: Libere essa Mixaria!!

Se você tem Internet deve ter recebido uma corrente como essa:
Libere um LIVRO!
Na manhã de 11 setembro 2003 não se esqueça de sair munido de um livro que seja importante para você. Um livro que tenha mudado sua maneira de ver o mundo. Escreva uma dedicatória... e o libere! Libere-o na via pública, sobre um banco, no metrô, no ônibus, em um café... a mercê de um leitor desconhecido. E você? Adotará um livro que esteja em seu caminho? O dia 11 setembro não será mais um aniversário fúnebre pois iremos transformar essa data. Juntos, transformaremos esta data em um ato de criatividade e generosidade. A mobilização será geral em Bruxelas, Paris, Florença e São Francisco. Vamos fazer isso também em nossas cidades aqui no Brasil. Nessas cidades, um grupo de escritores, de toda confissão literária, liberará seus livros, em lugar público. Engaje-se nessa idéia também! E faça circular essa informação!

Pois bem, como se já não fosse suficiente ter de aturar a avalanche de spams diários, gente desqualificada e sem mais nada o que fazer inventou uma corrente no mínimo inusitada. A praga virtual recebeu o nome de Libere um Livro. Assim, o internauta deveria sair no dia 11 de setembro com um obra literária debaixo do braço. Mais ainda: o livro deveria possuir uma relevância especial. Teria de ter mudado a maneira do leitor de ver o mundo.

Bem, quem resolvesse participar desta patuscada deveria escrever uma dedicatória no livro e ... liberar o mesmo! Sim, você deveria soltar um das obras literárias mais importantes da sua vida na via pública, sobre um banco, no metrô, no ônibus, em um café. Entregar o livro à mercê de um leitor desconhecido. Fala sério. Além de deixar a sua estante mais pobre, o leitor ainda poderia ser vítima de um atentado com Antraz ou algo pior ao catar um livro de procedência desconhecida no meio da rua.

Curiosamente, a prefeitura de Porto Alegre resolveu encampar a campanha e distribuiu 500 livros de graça para a população. Uma maneira perfeita de se livrar de um encalhe de obras de péssimo gosto publicadas com o dinheiro do contribuinte. Realmente genial. Fica claro que os organizadores desta patifaria virtual queriam mais é se locupletar com a estante alheia.

Obviamente, a ardilosa corrente deve ter sido arquitetada por um algum pseudo-intelectual sem dinheiro. Aliás, este tipo de campanha só serve para espalhar livros ruins por todo o lado. E de pseudo-intelectuais e obras literárias de qualidade discutível o mundo já está cheio. Pensando nisso, a ZeroZen, a única revista com certificado ISO 9050, bolou uma nova corrente muito mais interessante e instrutiva.

Primeiro é preciso pensar, parafraseando Dostoievski, que se o Roberto Marinho morreu, então tudo é permitido. Logo, a ZeroZen vai instituir a corrente LIBERE ESSA MIXARIA. No dia 19 de novembro, mande esse texto para a sua namorada, amante, ou, até mesmo, para aquela baranga que você está a fim. Diga: "Chega, está na hora de você liberar essa mixaria!!".

De nada adianta a mulher ficar procurando o homem perfeito. Como isso não existe, o melhor a fazer é ir se divertindo com os errados mesmo. É exatamente disso que o mundo precisa: mais amor. Nada de livros. Se todos no planeta Terra fossem pseudo-intelectuais, a humanidade já estava extinta por falta de sexo. Este tipo de gente prefere levar um livro a uma mulher para a cama.

Por isso, mulheres de todo Brasil, digam para si mesmas: hoje vale tudo. Nada de ficar regulando ou fazendo beicinho como o casal de lésbicas da novela das oito. Lembrem-se que, até prova em contrário, só se vive uma vez. E como já diz a sabedoria popular: é dando que se recebe. Tome uma atitude linda e corajosa no dia 19 de novembro libere essa mixaria. Engaje-se nessa idéia também! E faça circular essa informação!

Da equipe de articulistas