21/01 – Domingo

Fechando a Conta
Uma noite para lá de fraca. Um dos maiores públicos do festival presenciou uma série de atrações desinteressantes, que acabaram servindo de veículo ideal para consagração dos já cansados Red Hot Chilli Peppers. A banda preferida das FMs brasileiras desde que eles começaram a fazer baladas. A platéia estava receptiva e não se importou com o clima de fim de festa dos shows da noite.

Diesel – A vencedora da tal Escalada do Rock. Se isso foi o melhor que saiu deste balaio de gatos imaginem o pior!!! Foram definitivamente os 25 minutos mais longos e insatisfatórios da história do festival.

O Surto – "Um rosto lindo e o sorriso encantador que me pirou o cabeção". Não precisa mais procurar encontraram o substituto do Renato Russo. Banda de um hit só, esses caras são uma espécie de Virgulóides da temporada. Eles são de Fortaleza e isso explica muita coisa. Momento gracinha do show: uma versão hilária para "Californication" do Red Hot Chilli Peppers traduzida como "É triste mas eu não me queixo". Eles fizeram covers de Raimundos e Plebe Rude e tocaram duas vezes(!) o hit "A Cera". Isso é que se chama de falta de repertório crônica.O show ainda teve a participação especial de Caju e Castanha dupla de repentista que trabalhou na Globo nos anos 80.

Deftones – Mais uma dessas bandas de metal moderninho. Soam igualzinho ao Korn e outras trocentas bandas americanas da atualidade. Pelo menos são um pouco melhores que o Papa Roach. O que quer dizer menos que nada. Na verdade as duas bandas são praticamente idênticas em tudo, a diferença é que o Deftones pegou uma platéia mais receptiva. E mesmo assim já foi difícil de aturar.

Capital Inicial – Daniela Mercury, Sandy & Junior e Capital Inicial foram únicos artistas nacionais que tiveram shows de abertura de estrangeiros: James Taylor, Aaron Carter e Deftones respectivamente. Isso, por si só, já dá uma idéia de quão equivocada foi a organização deste festival. O Capital é uma banda de segundo time, eles tocaram no Rock In Rio 2, na mesma noite dos Guns’n’Roses, mas não deve existir uma alma viva que se lembre dos shows dos caras. O comboio de incompetentes capitaneado por Dinho Ouro Preto, agora com a participação de Kiko Zambianchi, começou o show com a canhestra versão de "The Passenger" de Iggy Pop. Eles optaram fazer o que imaginam ser um show acústico: versões lentas, ligeiramente diferentes, de suas músicas mais conhecidas. Não foi uma idéia muito inteligente. O público queria agitação. Afinal se a banda não percebeu estava num festival de rock e não gravando um acústico para MTV.

Silver Chair – Uma das bandas mais chatas surgidas na onda do grunge rock nos anos 90. Os australianos do Silver Chair já tiveram seus quinze minutos de fama faz algum tempo. Como os membros da banda recém alcançaram a maioridade, a media etária é de 21 anos, ainda dá tempo de procurar outra coisa para fazer. Pois música não é realmente o forte do trio. Vocês são jovens, talvez se recuperem...

Red Hot Chilli Peppers – Essa é terceira vinda do Hot Dog Xis e Pepsi ao Brasil. Apesar de já estar batida e manjada a banda continua bastante competente ao vivo. E pelo menos dessa vez não teve bateria de escola de samba ou qualquer outra invenção típica de turista. De interessante somente o cover de Search and Destroy de Iggy and The Stooges que encerrou o show. Mas evidentemente ninguém na platéia fazia a menor idéia do que estava acontecendo. E perguntavam pasmados: o que é isso? Rock’n’Roll?

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