Porto Alegre, o Oasis te odeia

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O Oasis é uma banda chata, composta por gente chata que faz músicas chatas. Claro que com esses predicados os fãs do grupo só poderiam ser, digamos, uns chatos. Só que as pessoas que lotaram, no dia 12 de maio, o Gigantinho para ver os irmãos Gallagher foram surpreendidas com uma apresentação curta e entediada da banda.

O motivo? O Oasis odeia Porto Alegre. Noel Gallagher publicou no My Space suas impressões sobre a cidade. Ele declara estar no meio de lugar nenhum e extremamente irritado por fazer shows em cidades menores como Curitiba e a capital gaúcha. Para ele, o melhor seria se apresentar somente em São Paulo e Rio de Janeiro. Os fãs que se deslocassem...

O espetáculo estava repleto de pseudocelebridades gaúchas Serginho Moah, da Papas da Língua, Jimi Joe, Mano Changes, Thedy Corrêa. Todos esperando ansiosos para que se formasse uma fila para assinar autógrafos. Coisa que, claro, não ocorreu...

O show de abertura foi feito pela Cachorro Grande. A banda realmente parece admirar demais o Oasis, o que não é necessariamente um bom sinal. Tocou durante 45 minutos. fez uma cover dos Beatles (Helter Skelter) e mostrou uma música nova (Dance Agora, do próximo CD, que sai em junho). O vocalista Beto Bruno, visivelmente animado, resolveu mostrar a bunda e deixou as 12 mil pessoas da plateia em estado de choque. Onde estão os Direitos Humanos em uma hora dessas?

O Oasis entrou no palco quando faltavam 15 minutos para as 22 horas. O grupo se comporta como um perfeito time inglês. Jogando na retranca, tocaram os maiores sucessos tal e qual como eles estão nos discos A banda abriu com a óbvia Rock´n´roll Star.

A postura do Oasis no palco foi de tédio. Mas também essa é uma das marcas registradas da banda. Curiosamente, Liam chegou a distribuir litros de garrafas pets com água, e vez que outra mandava beijos e apontando para as gostosas, digo, garotas carismáticas da primeira fila.

Como era de se esperar, o púlbico cantou junto as canções mais conhecidas: Cigarettes & Alcohol, The Masterplan, Morning Glory, Wonderwall, Supersonic, Don´t Look Back in Anger e Champagne Supernova. A banda encerrou I Am the Walrus, cover dos Beatles. Quer dizer nada mais natural que uma banda cover dos Beatles faça um cover dos Beatles...

Mas e o restante do grupo? Bem, Andy Bell, no baixo, e Gem Archer, na guitarra, tocam de forma burocrática. Eles realmente estão nessa por dinheiro. Faturam uns trocados e devem receber algum adicional de periculosidade por aguentar os irmãos Gallagher.

Já o baterista Chris Sharrock, é disparado o mais esforçado instrumentista da banda. Talvez a única pessoa no palco que estava feliz de tocar para o público. Ele fez um show particular em Morning Glory e Ain´t Got Nothin´.

O tecladista Jay Darlington é um sujeito realmente bizarro, o que na Inglaterra não quer dizer muita coisa. De qualquer forma com a sua barba e cabelo espalhadas por cima de um piano multicolorido até que fez a sua parte com competência.

No show do Oasis ficou claro por que a banda adota uma postura entediada. Por que eles realmente estão morrendo de tédio! O Oasis não é deputado, mas também está se lixando para a opinião pública. De qualquer forma, se o Oasis odeia Porto Alegre, a ZeroZen não odeia o Oasis, na verdade está pouco se lixando...

Pedro Camacho