Tem alguma coisa estranha na farinha do biscoito

Muitos leitores da ZeroZen pedem que a revista coloque determinado comercial no obituário. Infelizmente é preciso ter o algo mais. Não basta ser abaixo da crítica. É preciso transcender o já habitual festival de estultices criado pelos nossos maravilhosos publicitários. E é justamente o caso do biscoito Belvita e os seus bizarros bichos-preguiça.

O filme foi criado em parceria pelas agências Draft FCB e Crispin Porter Bogusky e produzido pela Zohar. A ideia é destacar o posicionamento do biscoito, que dá mais energia para encarar os desafios do dia a dia. Para isso, a campanha decidiu usar o maior ícone do desânimo: o bicho-preguiça.

Tudo começa no meio da selva, quando o animal encontra o produto. Bem, preguiças não comem biscoitos, mas tudo bem. Ah, vale ressaltar que os bichinhos são ladinos, pois roubam um pacote de Belvita. O que importa é que o animal fica cheio de disposição. Mas bota disposição nisso!

Então o mamífero da ordem Xenarthra (ZeroZen também é cultura) reúne mais alguns comparsas - digo, mais outros bichos-preguiça - e decide vir para o Rio de Janeiro de ônibus. E de quebra viajam na parte de cima do veículo fazendo acrobacias. Ao chegar na cidade maravilhosa decidem surfar na praia do Leblon e ainda jogam vôlei.

Como se isso não fosse suficiente, uma espantada repórter mostra que os bichos-preguiça resolveram construir um prédio! Pronto. Acabou o problema da construção civil no país! Sério. Tem algo errado aí. Com tanta disposição assim, dá para desconfiar que tem alguma coisa estranha na farinha do biscoito...

Outro detalhe interessante do comercial. Somente as preguiças (que - diga-se de passagem - são muito mal-feitas, parecendo mais um clone do pé-grande) mostram disposição ao comer o Belvita. Os exploradores na selva estão absolutamente normais. E os dois preguiçosos leitores no final também não parecem ser atingidos pelo efeito do biscoito. Ou seja, se o público-alvo forem os bichos-preguiça, o comercial tem tudo para ser um sucesso.

Em tempo, a Belvita chegou ao Sul do país em agosto de 2010, e ao Sudeste e Centro-Oeste em agosto de 2011. Até junho a marca já tinha registrado venda de aproximadamente 202,5 toneladas do produto só na região Sul, o que equivale ao consumo de 1 Belvita a cada 4 segundos, segundo dados Nielsen.

Da Equipe de Articulistas

Belvita

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