O rock progressivo vive!

Este é o mais maravilhoso e perfeito dos mundos. A felicidade existe para todos. A paz está em todos os corações. Israel e Palestina caminham para um acordo de paz e a Terra sempre evolui para melhor. Por isso mais uma vez sou obrigado a me manifestar contra uma crítica destrambelhada e sentido desta impoluta revista.

Desta vez o aloprado colunista chama-se Paulo Pinheiro. Após um longo tempo afastado, resolveu voltar para a ZeroZen destilando veneno e falta de fé na humanidade. A primeira vítima de seu azedume foi o Dream Theater. Como se sabe esta banda um dos maiores expoentes do prog-metal (mistura do rock progressivo com heavy metal) é absolutamente incriticável.

Os músicos da banda são os maiores de todos os tempos. As músicas do Dream Theater também. Duram mais de 30 minutos. Aliás, deveriam um dia, uma semana, um mês de tão perfeitas. Fica claro na audição de qualquer um dos trabalhos do grupo que Deus criou a humanidade com o intuito de atingir o ápice com a criação do Dream Theater.

A banda traduzida para o português se chamaria teatro dos sonhos. Então como o Sr. Paulo Pinheiro pode criticar o grupo por fazer músicas para dormir. Ser uma indução ao sono é como se fosse uma obrigação do Dream Theater. Nada mais coerente que o ouvinte depois de 20 minutos estar com a cabeça caída de olhos fechados com uma baba elástica e bovina pendendo do canto da boca.

O Dream Theater tem muitos fãs que não podem ser desrespeitados. A analogia com os Ramones feita pelo Sr. Paulo Pinheiro foi absolutamente infeliz. Como se sabe todo mundo no rock`n`roll gosta é de solos longos e inúteis. Quanto mais tempo o guitarrista perder tempo em escalas desnecessárias e firulas para enganar leigos mais a platéia irá vibrar. Como se sabe a voz do povo é a voz de Deus. Logo, o crítico da ZeroZen pecou de maneira capital.

Não se pode esquecer o fato de que o Dream Theater realiza álbuns conceituais. Não são meramente discos comuns. É preciso entender de filosofia, física quântica, epistemologia para traduzir o que a banda quis dizer. Ou seja, se o crítico não tiver um PhD no exterior é melhor não se arriscar a realizar uma resenha sobre o grupo. Nada mais rock`n`roll do que ficar contando historinhas edificantes sobre história antiga.

Por fim, vale recordar que o rock progressivo não está morto. Aliás,o progressivo é o futuro. Basta analisar a palavra. Progressivo é aquilo que progride. E todo mundo sabe que é para frente que se anda. Até mesmo na bandeira do Brasil está escrito: Ordem e Progresso. Inclusive fica aqui a sugestão para o nosso digníssimo presidente Fernando Henrique Cardoso trocar os dizeres para: Ordem e Progressivo.Ficaria muito mais simpático.

Sejam felizes, pois este é o melhor dos mundos possíveis.

H. Pangloss