Meninos não choram

De: Kate Emery
Para: J. Tavares
Assunto: Meninos não choram...

Li a sua "sinopse" do filme Meninos nao choram.

Sei la, opiniao de cada um, mas com esse seu tom machista, chato, com um humor sem graça, e o tom de machão, até da impressão que no fundo no fundo voce tem inveja de não ter nascido mulher, e tem vontade de ser uma...

Nao sei aonde voce quiz chegar com com o que voce escreveu, e tambem voce deve estar perguntando porque eu estou perdendo meu tempo para mandar o email, a resposta é simples, gostaria muito de expressar a minha felicidade de ser mulher e tambem mostrar para voce e para o dono dessa revista online "ZeroZen" que com pessoas que tem essa atitude com as mulheres e que aceitam esse tipo de atitude nao merecem espaço em lugar algum, talvez no Ex-Carundiru aonde o preconceito la é permitido.

Espero que tenha boa sorte com mulheres, pois garanto que com essa atitude, vai ser dificil voce arrumar uma...

Boa sorte,

Kate.

Este é o mais maravilhoso e perfeito dos mundos. O governo ciente que nossos bravos deputados ganham mal, institui o mensalão. O simpático contra-cheque dos incorruptíveis parlamentares ganhou um reforço de R$ 30 mil. Assim, os heróicos deputados da base aliada do governo se sentiam mais à vontade para votar.

Porém, nem só de política vive a coluna deste mês. Não mesmo. O assunto desta vez é cinema. A ZeroZen novamente enloqueceu. Desta vez foi o colunista J. Tavares, um dos mais antigos da revista. Ele realmente escreveu uma crítica infeliz a um dos maiores clássicos da sétima arte: Meninos Não Choram.

Para começo de conversa, o filme é absolutamente verídico. Todo mundo sabe que os homens não choram. Logo, por conseguinte, os meninos também não poderiam verter lágrimas. Mais ainda: a Kate meteu o dedo na ferida. Afinal, é sabido que os homens têm inveja das mulheres. Todos gostariam de viver com TPM, ganhar menores salários, menstruar uma vez por mês, enfim, todas essas coisas que tornam a vida de um ser do sexo feminino uma verdadeira delícia.

Aliás, nossa leitora Kate ainda lembrou o antigo presídio Carandiru. Nada mais correto e pertinente. Ora, nas prisões é que os homens literalmente viram mulherzinhas, basta ver a atuação de Rodrigo Santoro no filme sobre a prisão baseado no livro de Drauzio Varella. Já nas prisões femininas são as mulheres que viram homens. Nada como não ter preconceitos...

Vale ressaltar que a ZeroZen não tem nada contra o lesbianismo, ou contra quem gosta de colar o velcro ou lamber carpete. A redação inteira, inclusive, é composta de lésbicos. Portanto a Kate viu (e quem te vê) um erro claro do nosso articulista. Ele já retirou vários filmes da Aria Giovanni para entender melhor o conceito de lesbianismo.

Sejam felizes, pois este é o melhor dos mundos possíveis.

H. Pangloss