A ZeroZen e o aborto

De: Gabriel Rezende
Para: ZeroZen
Olá editores da revista mais mal-humorada da internet, gostaria de dizer que
aprecio muito o site, e entro sempre (pena que demora pra atualizar) mas
achei uma contradição em suas opiniões declaradas parciais. No filme Regras
da Vida denunciam que o fime é pró-aborto e se põem contra isso ("Eliminar
os indefesos. Provavelmente estas devem ser as regras da vida."), porém no
filme A Ilha são a favor da exploração e matança de clones ("Moral da
história? Em um planeta que sofre com problemas de superpopulação milhares
de clones são soltos pelo mundo para complicar ainda mais a vida da
humanidade..."), e não adianta responder dizendo "o que alhos tem a ver com
bugalhos?" porque as duas opiniões não são compatíveis. Agradeço a atenção e
espero resposta.

Este é o mais maravilhoso e perfeito dos mundos. O carnaval chegou a toda a crise será transferida para o final dos festejos de Momo. Se bem que como tem Copa do Mundo, o Brasil só vai começar o ano depois de julho. Não é sensacional? Este é o país que mais tira férias no mundo, por isso estamos sempre tranqüilos e despreocupados.

De qualquer maneira, o arguto Zeronauta fez uma reclamação procedente. Há uma terrível contradição nesta impoluta revista. Evidentemente que muitos leitores consideram a ZeroZen um aborto da natureza, porém isto não responde completamente a indagação do leitor. Portanto, levei a dúvida para a redação.

Rapidamente a polêmica se instaurou na redação. Quando isso acontece é hora de tomar uma medida desesperada. Todos se reúnem e vão para um bar para esquecer da pergunta. Depois de vários engradados de cerveja, surgiu a resposta definitiva e inapelável sobre tão palpitante questão. A ZeroZen não é contra nem a favor, muito antes pelo contrário.

A ZeroZen sugere, aliás, que exista um descontrole de natalidade, mas somente na classe rica. Os ricos desta maneira fariam cada vez mais filhos. Não há dúvida que estas crianças teriam mais acesso à saúde, à educação. Enfim, teriam mais condições de atingir um desenvolvimento genético pleno. Assim, o mundo caminharia para uma superpopulação de ricos.

Obviamente com tanta gente rica, a fortuna das classes abastadas iria diminuir. Portanto, a diferença entre pobres e ricos acabaria por encolher. Ou seja, o problema do mundo não é o excesso de gente pobre, mas a ausência de gente rica. Bem, depois de uma resposta dessas eu resolvi sair correndo do bar. Estava na cara que o pessoal da redação já tinha bebido demais.

Sejam felizes, pois este é o melhor dos mundos possíveis.

H. Pangloss