A Ilha

Em entrevista à revista Playboy, a atriz Scarlett Johansson garantiu que decidiu aceitar fazer A Ilha devido ao roteiro do filme. Em suas próprias palavras, até os cinco minutos finais o público não consegue saber o que está acontecendo. Bem, ela então deve ter visto no máximo uns cinco filmes em toda a sua vida.

A Ilha é absurdamente previsível e idiota. Serve apenas para provar que o diretor Michael Bay é, com certeza, um dos incompetentes mais bem pagos de Hollywood. Seus filmes são ruins de doer. Basicamente, ele se limita a juntar o máximo de explosões na tela para não adormecer o espectador.

A trama se passa em um futuro pouco distante. Um sujeito chamado Lincoln Six-Echo (Ewan McGregor) reside dentro de um lugar utópico rigorosamente controlado. As pessoas do local não parecem ter muitos sonhos ou vontade de contestar o sistema.

Todos se vestem de branco e passam o tempo trabalhando em laboratórios. Embora não façam a menor idéia do que estão fazendo coisa que, aliás, acontece com a maioria dos trabalhadores do mundo corporativo. Lincoln - que não é bobo - tem uma amiga carismática, Jordan Two-Delta (Scarlett Johansson). Infelizmente, os homens dormem em alas separadas das mulheres.

Contudo, são incentivados a manterem contatos amigáveis (mas nunca sexuais) com suas parceiras. Lincoln desconfia que existe algo de errado em tudo isso. Ele também parece estar muito a fim de afogar o ganso com a Jordan. O problema é que ele sequer sabe o que significa a expressão.

As pessoas da localidade acreditam que houve uma contaminação no mundo. Por isso, precisam viver isolados de tudo para conseguirem sobreviver. Pelo menos é o que garante o cientista Dr. Merrick (Sean Bean), um dos sobreviventes da tragédia. Ele é o responsável por controlar o lugar.

Porém, existe um momento onde todos os habitantes ficam absortos e em silêncio. É a hora da loteria (que, como se sabe, é o imposto do trouxas). O vencedor recebe como prêmio uma passagem para a A Ilha. O lugar é o último ponto não contaminado no planeta.

Depois de somar dois mais dois, Lincoln descobre que sua existência é uma mentira. A loteria, claro, é uma fraude. Ele todos os outros habitantes são clones. Sua missão é participar de uma campanha radical de doação de órgãos. Sim, eles são esquartejados e mortos para fornecer partes de seus corpos para salvar a vida de outras pessoas. Quem vence a loteria ganha uma passagem só de ida para o matadouro.

Lincoln percebe que é hora de dar no pé antes de virar um guisado humano. Com a ajuda de um dos trabalhadores do local McCord (Steve Buscemi), ele consegue iniciar uma fuga junto com Jordan. Claro que o Dr. Merrick não vai deixar seus experimentos andarem livremente pelo mundo.

Então inicia-se uma caçada tão ridícula quanto exagerada. As cenas de ação são forçadas demais. A boa idéia dos clones agindo como crianças ao descobrir um mundo novo é rapidamente desperdiçada. Para fechar com chave de ouro, Lincoln e Jordan vão acabar tentando libertar seus amigos do cativeiro.

Moral da história? Em um planeta que sofre com problemas de superpopulação milhares de clones são soltos pelo mundo para complicar ainda mais a vida da humanidade...

J. Tavares

(The Island, EUA, 2005), Direção: Michael Bay, Elenco: Ewan McGregor, Scarlett Johansson, Djimon Hounsou, Sean Bean, Steve Buscemi, Michael C. Duncan, Ethan Phillips, Brian Stepanek, Noa Tishby, Siobhan Flynn, Troy Blendell, Jamie McBride, Kevin McCorkle, Gary Nickens, Kathleen R. Perkins, Duração: 136 min.

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