Beleza americana

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Pode haver algum interesse cinematográfico na vida de um punheteiro loser americano? Se o desconfiado leitor acredita que não, é melhor fugir de Beleza Americana. O filme vencedor do Oscar 2000 é de uma mediocridade constrangedora. A tentativa de fazer uma crítica ácida ao "american way of life" termina como a ferrovia Norte-Sul: levando do nada a lugar nenhum.

O filme trata dos últimos dias da vida de Lester Burnham (vivido por Kevin "spanking the monkey" Spacey) um loser total que, como não poderia deixar de ser, é casado com uma bruaca, Carolyn Burnham (a horrorosa e caricata Annette Bening). Eles vivem um casamento em fase terminal. Ambos se odeiam e tem uma piranha, digo, uma filha Jane (interpretada por Thora Birch) que odeia os dois. Ou seja, um desses simpáticos e adoráveis ambientes familiares de novela mexicana.

Um belo dia, Lester conhece uma amiga de sua filha, a doce e meiga Angela (Mena Suvari), e resolve mudar de vida. Tudo para faturar a nem tão pobre e nem tão indefesa garotinha. A partir daí o submisso Lester passa fazer o papel de lobo mau. Volta a fumar maconha, a escutar Led Zeppelin, Pink Floyd e The Who, a fazer musculação, ou seja, todas as coisas que um homem comum faz quando chega aos quarenta anos.

Beleza Americana apela então para tramas paralelas sem muito interesse para a atrair a atenção do espectador. Como os esquisitos vizinhos de Lester. O adolescente Rick Fitts (Wes Bentley) se apaixona pela filha de Kevin"discípulo de Onan" Spacey. Só que ele é um viciado em vídeo que acredita que gravando imagens pode conversar com Deus (?). Assim ele prefere passar horas filmando Jane ao invés de ir ao que realmente interessa.

Na verdade o grande problema de Beleza Americana é esse. É um filme inodoro e insípido. Ele literalmente não vai na couve. Falta coragem ao diretor estreante Sam Mendes. Apesar de pretender ser um filme sério e crítico falha em todas as tentativas. Quer dizer... se a idéia principal já não era aquelas coisas, o desenvolvimento fica muito abaixo das expectativas que o filme gera.

Claro que existem bons motivos para você assistir o filme. Na verdade, são quatro. Os dois peitos de Mena Suvari e de Thora Birch e é só. Aliás, Mena é uma dessas Lolitas que o cinema vem procurando há tempos para interpretar o papel principal do livro de Nabokov. Se pedofilia é o seu forte arrisque ver o filme, mas não vá muito confiante porque aquilo que você está pensando não acontece.

No fim das contas, Beleza Americana é uma grande ode à punheta. Especulamos inclusive se o diretor não é adepto do cinco contra um. Sam Mendes deve ter ganho o certificado de aprovação de Onan e o carimbo do ministério da Saúde. Mas se o zeronauta estiver interessado em assistir cinema de verdade, Beleza Americana vai deixá-lo, literalmente, na mão.

J. Tavares

Beleza Americana (American Beauty, Eua, 1999) Direção: Sam Mendes. Elenco: Kevin Spacey, Annette Bening, Mena Suvari, Thora Birch.

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