Arte, Amor e Ilusão

Não se iluda. Arte, Amor e Ilusão está longe de ser uma inocente comédia romântica. O filme é baseado na peça The Shape of Things. Ou seja, é mais um teatro (mal) filmado. O diretor Neil Labute parece ser um sujeito que se leva excessivamente a sério.

A trama começa quando Evelyn (Rachel Weisz), uma estudante de arte, se encontra, durante uma visita a um museu, com Adam (Paul Rudd). Ambos não poderiam ser mais o opostos. Ela é descolada e metida a artista. Ele é o cara tímido, careta e respeitador. Mesmo assim, começam um bizarro namoro.

Porém, Evelyn faz o que toda mulher faz quando vê algo que não gosta em um homem. Tenta modificá-lo a todo o custo. Claro que há muito o que corrigir em Adam. Desde um banho de loja até uma cirurgia plástica, vale qualquer coisa. E o pobre Adam com sua vocação para capacho se submete a tudo.

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As mudanças logo chamam a atenção de Jenny (Gretchen Mol) e Phillip (Fred Weller) antigos amigos do rapaz que estão prestes a se casar. Jenny acha que Adam melhorou enquanto o machista Phillip critica o crescente domínio de Evelyn sobre o seu amigo.

Arte, Amor e Ilusão como não poderia deixar de ser tem diálogos demais. O ritmo do filme é lento, arrastado. Para piorar, a direção de atores é péssima. Ninguém no elenco parece saber o que a palavra atuar significa.

O diretor Neil Labute vai rapidamente eliminando o interesse na trama. Quem não dormir pode se surpreeender com o final. Em tese, Arte, Amor e Ilusão analisa até que ponto vai a responsabilidade moral do artista com sua obra. Porém, seria melhor debater este tipo de questão em um filme menos sonolento.

J. Tavares

(The Shape of Things, EUA/FRA/ING, 2003), Direção: Neil Labute, Elenco: Rachel Weisz, Paul Rudd, Gretchen Mol, Duração: 96 min.

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