Cartas de um Assassino

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Uma coisa tem de ser dita: poucos filmes na história do cinema conseguiram ser tão constrangedores quanto Cartas de um Assassino. Foi um grande esforço de incompetência técnica. Não é fácil fazer algo tão ruim. Deve ser preciso horas e mais horas de dedicação para um resultado tão pífio.

Cartas de um Assassino é uma tentativa canhestra de fazer um filme policial. O presidiário Race Darnell (vivido pelo acabado Patrick Swayze) foi condenado injustamente a pena de morte. Entre um recurso e outro para evitar a sentença final ele se corresponde com mulheres para fugir da solidão. Grava tudo em fitas cassetes e envia para quatro privilegiadas(?).

Bem, como se isso não fosse indigesto o bastante Darnell escreve um livro que vira um best-seller. Ora, isso significa fama, fortuna e melhores advogados. De uma hora para outra ele se encontra livre e absolvido de todas acusações igualzinho ao O. J. Simpson. Só que um guarda invejoso trocou as fitas que ele mandava para as suas, digamos, namoradas.

Assim, uma mulher traída está furiosa com Darnell e quer matá-lo a todo custo. Não é difícil descobrir quem é a culpada já que todo mundo que é inocente morre no meio do filme. Swayze corre de um lado para o outro com cara de apalermado, enquanto as cenas clichês se sucedem.

Cartas de um Assassino é um desses filmes que acabam justificando, sem querer, a pena de morte, pois se o personagem de Patrick Swayze fosse condenado no início do filme o espectador seria poupado de mais uma bomba.

J. Tavares

P.S. - Curiosamente o filme se baseia em uma premissa impossível. Nos EUA, cada estado tem o seu próprio endereçamento postal com selos exclusivos. Logo, a confusão das fitas jamais aconteceria.

(Letters From a Killer, EUA, 1998) Direção: David Carson, Roteiro: Nicholas Hicks-Beach & Shelley Miller, Elenco: Patrick Swayze, Kim Myers, Roger E. Mosley, Gia Carides. Duração: 104 minutos. 

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