A Cela

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Por que será que as estrelas latinas de Hollywood não conseguem fazer um único filme que preste? Quantas bombas tivemos de assistir por causa de Salma Hayeck e Jennifer Lopez. Está última conseguiu o prodígio de realizar um dos piores filmes do ano. A Cela é um caso de cadeia. Uma ruindade tão deprimente quanto olhar o contracheque no final do mês.

O diretor indiano Tarsem Singh deve ter fumado muito ópio quando criança. O resultado na tela são imagens tão coloridas e bonitas que parecem feitas para um comercial da Kodak. Singh, aliás, dirigiu o videoclip da banda R.E.M., Losing My Religion. A ZeroZen acredita que com A Cela o diretor fez algo como Losing My Religion About Good Movies...

Tudo começa quando algum desocupado inventa uma máquina que permite entrar na mente de outra pessoa. Isto não faz o menor sentido, como de resto, todo o filme. Mesmo assim, com milhares de utilizações possíveis para tal equipamento, ele serve para uma assiste social, Catherine (Jennifer Lopez), tentar curar um garoto esquizofrênico. Depois de 18 meses de tentativas(!!) o financiador do projeto percebe que apostou no cavalo errado.

Enquanto isso na Sala de Justiça, um psicopata está matando mulheres. Como a cada dia que passa morrer em Hollywood fica mais criativo, o bandidão Carl Stargher (Vincent D'Onofrio) prende suas vítimas em uma cela de vidro e depois de 40 horas alaga o lugar matando as mulheres afogadas. Para deixar o prato ainda mais indigesto ele possui 14 anéis nas costas, pois gosta de se mastubar olhando corpos de mulheres nuas suspenso no ar.

Como diria uma mulher de vida fácil, isso realmente está difícil de engolir. Pois é. O filme que começa com a meiga Jennifer descamba para uma pífia perseguição policial. O FBI depois de deixar uma porção de corpos no meio do caminho encontra Stargher. Só que ao invadir a sua casa descobre que o vilão teve um treco. Entrou em uma espécie de coma graças a uma síndrome raríssima que só acontece quando o roteirista não tem mais nada o que fazer e apela para a ignorância.

Bom, o problema é que o psicopata já tem uma mulher pronta para morrer na cela. É preciso descobrir rápido onde fica o tal esconderijo. Claro que é preciso escolher entre fazer um trabalho policial elaborado, seguir pistas, entrevistar pessoas ou tentar uma solução mística, apelativa e que nunca foi tentada antes...

Assim, a destemida Catherine resolve entrar na mente do psicopata. Tudo para descobrir onde a próxima vítima está. Quer dizer invadir o inconsciente de um assassino em coma é coisa para quem tem miolo mole. Não dá para levar a sério. A partir daí o filme é uma orgia visual tão bonita quanto vazia. O sadomasoquismo light corre frouxo e não seria de espantar de Jennifer Lopez jogasse no time do chicote e da algema.

Para tornar tudo mais inacreditável um agente do FBI, Peter Novak (Vince Vaughn) resolve dar uma ajudinha e também invade a mente do serial killer. Lá ele descobre que a meiga Catherine não é tão doce assim. E resolve sozinho o caso! Quer dizer Jennifer Lopez dá um atestado de incompetência raras vezes visto na tela grande.

Uma curiosidade, A Cela provocou polêmica pelas cenas onde Jennifer Lopez aparece como a Virgem Maria. Os católicos americanos protestaram com veemência nas entradas dos cinemas. O que não deixa de ser uma tremenda bobagem. Por que, como se sabe, de santa é que a Jennifer Lopez não tem nada.

J. Tavares

(The Cell, EUA, 2000 ), Direção:Tarsem Singh, Elenco: Jennifer Lopez, Vincent D'Onofrio, Vincent Vaughn, Marianne Jean-Baptiste, Jake Weber, Duração: 113 min.

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