Elizabeth

Elizabeth Elizabeth Elizabeth Elizabeth

Se você é um professor de história inglesa, o filme Elizabeth deve ter algum interesse. O restante da humanidade pode esquecer o trabalho do diretor Shekhar Kapur, que se esforçou para levar ás telas a cinebiografia da rainha Elizabeth I.

A trama começa na Inglaterra no distante ano de 1554. O país está dividido entre católicos e protestantes. Ambos os grupos se odeiam. Mary Tudor (Kathy Burke) está no poder. Ela é uma católica fervorosa (o que é ruim para os protestantes), mas tem um tumor incurável que a deixa com os dias contados (o que é ótimo para os protestantes).

Quem é a primeira na linha de sucessão? A sua meia-irmã, Elizabeth (Cate Blanchett), justamente uma protestante convicta. Então, para tentar evitar uma guinada na religião oficial da Inglaterra, Elizabeth é levada até a rainha. Mary Tudor tenta de tudo para que sua sucessora prometa que o país seguirá o catolicismo.

Só que Elizabeth sabe que religião é que nem time de futebol: depois de escolher um, não dá para trocar. Mesmo correndo o risco de morrer, ela garante que será fiel à sua consciência. Já no leito de morte de Mary Tudor, o Duque de Norfolk (Christopher Eccleston) tenta fazer em vão com que a rainha assine a pena de morte de Elizabeth.

Mas a rainha não se sente capaz de arcar com tamanha responsabilidade. Resultado: com a morte de Mary, é coroada rainha. O problema é que Elizabeth recebe de herança um país falido, sem exército e com inimigos por todos os lados. Pior ainda, existem até mesmo inimigos na trincheira. Sua própria corte, está repleta de traidores.

Então, a inexperiente rainha precisa jogar na retranca calculando cada passo para permanecer no poder. Como toda estagiária em matéria de poder ela comete um erro atrás do outro. No momento em que está (sem trocadilho) prestes a perder a cabeça começa a seguir os conselhos do ardiloso Sir Francis Walsingham (Geoffrey Rush). Sem maiores tergiversações, ela planeja matar todos os seus inimigos para consolidar seu poder.

Elizabeth é um filme morno, insosso e sem graça. Ou seja, respeita todas as características do povo inglês. Assista apenas se estiver precisando de um poderoso sonífero. A quem interessar possa, o filme venceu o Oscar de Melhor Maquiagem, o que dizer menos do que nada.

Jota Tavares

(Elizabeth, EUA, 1998), Direção: Shekhar Kapur, Elenco: Cate Blanchett, Joseph Fiennes, Geoffrey Rush, Christopher Eccleston, Kathy Burke, George Yiasoumi, Terence Rigby, Michael Beint, James Frain, Kelly MacDonald, Emily Mortimer, Eric Cantona, Kenny Doughty, Fanny Ardant, Richard Attenborough, John Gielgud, Daniel Craig, Duração: 125 min.

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