Hancock

Hancock Hancock Hancock Hancock Hancock Hancock

Pense em um super-herói bebum, bagunceiro e decadente, que veste uma roupa colante? Pensou no Muçum fantasiado de Fantasma no programa Os Trapalhões? Bem, você acabou de entregar a sua idade... Mas o herói em questão é Hancock, outro desastre cinematográfico estrelado por Will Smith.

O filme tem o grande defeito de tentar agradar a todos. O roteiro procura mistura drama, comédia, ficção, suspense, ação, tudo ao mesmo tempo agora. Não poderia dar certo. E não dá.

Tudo começa quando uma inocente criança acorda Hancock (Will Smith), que dorme em um banco, abraçado em uma garrafa de uísque. Ele é um super-herói muito pouco convencional, que perdeu toda a popularidade. É um sujeito mal-humorado e marrento, que mais atrapalha do que ajuda.

Um exemplo é quando Hancock parte embriagado para prender assaltantes que estão fugindo da polícia em um carro em alta velocidade. Em sua perseguição, o herói é muito mais danoso ao patrimônio público do que os próprios criminosos.

No momento em que Hancock parece ter chegado fundo do poço, ele salva, ora vejam só, um agente de relações públicas Ray Embrey (Jason Bateman). Desesperado por um emprego, até nos Estados Unidos a vida de um R.P. não está fácil, Ray se oferece para ajudar o herói a melhorar sua imagem.

O filho Ray, Aaron Embrey (Jae Head) adora a situação, ele gosta da presença por perto. Infelizmente, a idéia não é bem aceita pela sua mulher Mary (Charlize Theron). Ela mostra ao marido que Hancock tem, inclusive, uma ordem de prisão contra si. Claro que algo desse gênero não transforma ninguém em miss simpatia.

COntudo, Ray tem uma idéia genial. Sugere que Hancock se entregue. Como ele é um super-herói, pode escapar da prisão a hora que bem entender. Porém, estando detido, a criminalidade deve subir e com isso as pessoas irão implorar pela volta do herói marrento.

Neste ponto, o roteiro desanda de vez. A partir daí, há uma imensa lenga-lenga sobre as origens de Hancock. O objetivo é explicar como surgiu alguém tão poderoso assim. Então, o filme cai em um dramalhão desnecessário com várias reviravoltas.

Para piorar, Hancock não tem um vilão à altura ou mesmo um arqui-inimigo razoável. Os bandidos que o desafiam na luta final são ridículos. Parecem uma versão para o novo milênio dos Três Patetas.

No final das contas, a moral, um tanto quanto dúbia, de Hancock é "o amor mata". Quer ser um super-herói invencível? Então continue solteiro...

Jota Tavares

(Hancock, EUA, 2008), Direção: Peter Berg, Elenco: Will Smith, Charlize Theron, Jason Bateman, Jae Head, Eddie Marsan, David Mattey, Maetrix Fiften, Thomas Lennon, Johnny Galecki, Haylye Marie Norman, Akiva Goldsman, Michael Mann, Duração: 92 min.