I Spit on Your Grave (Doce Vingança)

I Spit on Your Grave I Spit on Your Grave I Spit on Your Grave I Spit on Your Grave

“I Spit on Your Grave” é uma refilmagem do filme homônimo de 1978. E dá continuidade a essa estranha tendência de Hollywood de re-filmar obscuros filmes dos anos 70, como The Last House On The Left e The Crazies, entre outros, que nunca foram exemplos de sucessos, e que atraíram apenas a atenção de um tipo de público extremamente restrito. Diga-se de passagem, o tipo de gente que não assiste a refilmagens. O que demonstra a atual completa falta de noção do pessoal de Hollywood. E depois não sabem por que as pessoas não vão mais aos cinemas...

O primeiro problema ao resenhar um filme como esse é ter que admitir que assistiu ao original e que este era superior. Que argumentação você vai usar? Que era mais violento? Que cena de estupro era ‘melhor’? Sério, você realmente não vai querer seguir por esse caminho... Esse tipo de coisa pode ser usado depois contra você num tribunal.

O “I Spit on Your Grave” de 1978 era um “sexploitation”, sendo mais específico, do subgênero “rapexploitation”. É os anos 70 foram estranhos. Que se tornou um cult por ser ultra-violento para época. E por trazer uma pseudo mensagem feminista? Já que a vítima se vinga de seus algozes. Sério, tem gente que acredita nisso....

A história é a essencialmente a mesma: uma jovem escritora (Sarah Butler) decide alugar uma casa no campo para escrever um livro. Mas acaba sendo estuprada pelos ‘nativos’ locais como 'presente' de boas vindas.

Até a inevitável seqüência do estupro “I Spit on Your Grave” se mantém mais ou menos fiel ao filme original. Depois as coisas mudam de figura. Em especial pela inclusão do personagem Don Storch (Andrew Howard), o xerife da cidade, que faz as vezes do ‘provocador’ dessa versão. O que levanta mais perguntas do que respostas.

Diga-se de passagem, apesar de violentos os estupradores no filme original seguiam o conselho de Paulo Maluf: estupra, mas não mata. Mas agora os tempos são diferentes. E influenciados pelo policial, atentem para a ironia, decidem voltar ao lugar do crime para procurar pela vítima e matá-la, que pelo seu lado planeja se vingar contra todos que a estupraram.

Assim, ao invés de uma reação natural e instintiva de revolta e represália temos uma vingança metódica e premeditada, que leva mais de um mês para ser posta em prática!!! O que definitivamente não ficaria bem num tribunal...

Como se não bastasse o filme tenta ainda atualizar a trama original para os dias de hoje, incluindo, obviamente, celulares e câmeras de vídeo. É incrível que é preciso explicar para os representantes das novas gerações, que se você for cometer um crime, não seja estúpido o bastante para filmá-lo.

Diga-se de passagem, essa história se fosse realmente transposta para os dias de hoje a vítima possivelmente iria processar todos envolvidos, escreveria um livro, que obviamente seria transformado em filme, e iria a todos Talk Shows da TV americana— incluindo uma aparição obrigatória na Oprah. É bem mais lucrativo e menos trabalhoso que sair matando todo mundo.

Saulo Gomes

(I Spit on Your Grave, EUA, 2010) Direção: Steven R. Monroe Elenco: Sarah Butler, Jeff Branson, Andrew Howard, Daniel Franzese, Rodney Eastman, Chad Lindberg, Tracey Walter, Mollie Milligan, Saxon Sharbino.

Voltar

Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.