J.C.V.D.

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J.C.V.D., as iniciais do nome Jean-Claude Van Damme, é um exercício de metalinguagem cinematográfica estrelado por adivinha, Jean Claude Van Damme. O que levanta mais perguntas do que respostas. Inclusive a pertinente questão: Jean-Claude Van Damme sabe o que é metalinguagem?

Nesse filme, Jean-Claude interpreta a si mesmo e certamente muito do seu ‘personagem’ é baseado em sua experiência em Hollywood. Mas sério, o resto é pura ficção. Esse não é um filme autobiográfico, ao contrário do que você possa ler por aí.

No filme, Van Damme tem vários problemas: dinheiro, mulher e filhos. Basicamente, o trivial. E de uma hora para outra se vê refém no meio de um assalto à banco. Onde, supostamente, ele tem duas opções: bancar o herói ou se aproveitar da situação.

A história do assalto ao banco realmente nunca decola, não espere cenas de ação ou qualquer malabarismo do gênero. Pois a película é claramente sobre Jean-Claude Van Damme e os percalços da fama, da decadência e do ostracismo, o trivial.

JCVD causa certo espanto por Jean-Claude Van Damme ter topado interpretar a si próprio de forma tão 'realista' e em tom de autocrítica, com direito até mesmo a monólogo interior filmado em primeiro plano olhando direto para câmera. Mas a surpresa maior é que ele saiba realmente “interpretar”.

No final das contas, o filme funciona como uma espécie de sessão de psicanálise, que Van Damme parece, na tela e na vida real, desesperadamente precisar. Mas ao invés de procurar um psiquiatra para tratar dos seus problemas, Van Damme aparentemente resolveu ganhar algum dinheiro para expô-los no cinema. Bem, ao menos, o astro belga não fez um reality show...

Saulo Gomes

(J.C.V.D., Belgium/France, 2008) Diretor: Mabrouk El Mechri Elenco: Jean-Claude Van Damme, François Damiens, Zinedine Soualem, Karim Belkhadra, Jean-François Wolff, Anne Paulicevich e Liliane Becker. Duração: 97 min.

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