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Responda rápido: tirando a Torre Eifel e o título da Copa do Mundo de 98 o que a França tem de importante? Nada, é claro. Mas o diretor francês Luc Besson (é... aquele mesmo da chatice monumental de Imensidão Azul) descobriu no passado uma história que talvez merecesse um filme. A saga da heroína ou santa-da-fogueira-oca Joana D' Arc.

Acredite quem quiser, mas no século XV ela liderou um exército e foi à luta para reconquistar de territórios franceses que estavam dominados pela Inglaterra. Mais ainda: conseguiu vencer e recuperar algum terreno até que foi traída pelo seu país e terminou virando churrasquinho nas mãos dos ingleses.

Se o leitor já imaginou um filme épico cheio de grandes batalhas, lutas colossais e lances de coragem e bravura, pode esquecer. Luc Besson põe tudo a perder. O primeiro problema é que ele empregou sua mulher, Milla Jovovich(que está a cara do Leonardo Di Caprio), no papel principal. Ora, como todo mundo sabe, ela é uma atriz boa (muito boa mesmo), mas não é nem nunca foi uma boa atriz. Milla consegue o prodígio de atravessar os longos 146 minutos de duração do filme com uma única expressão no rosto.

Além disso, a fotografia do filme é fraquíssima e não justifica os US$ 30 milhões de dólares investidos. Besson deve ter embolsado algum e feito a festa dos cassinos de Mônaco. Outro aspecto claudicante é o roteiro de Joana D' Arc que prolonga desnecessariamente as cenas do julgamento da heroína. É uma perda de tempo total, são praticamente 30 minutos de conversa jogada fora.

Curiosamente, neste momento, o filme dá destaque a um personagem interpretado por Dustin Hoffman que representaria a consciência de Joana D' Arc. O ator americano está careteiro como sempre e apenas se limita a recitar os seus diálogos sem maior interesse. A chatice é tanta que o espectador tem vontade de gritar: "Taca ela na fogueira duma vez!!"

O desastre é tamanho em Joana D' Arc que nem mesmo atores consagrados como John Malkovich (no papel Rei Charles VII) ou Faye Dunaway ( que interpreta Yolande D´Aragon) conseguem dar alguma dignidade ao filme.

O erro maior de Joana D' Arc foi querer arrumar uma espécie de "visão dos anos 90" para a personagem. A garota que aos 17 anos liderou um exército, aos 18 foi capturada pelos ingleses e aos 19 foi queimada na fogueira recebeu um tratamento mais humano, mais real no filme de Luc Besson. Ora, John Ford já tinha vaticinado com toda a razão que "entre o fato e a lenda filme-se a lenda".

Honestamente, não perda seu tempo e seu dinheiro indo ao cinema assistir Joana D' Arc. Vá uma locadora decente e procure pelo filme de mesmo nome interpretado por Ingrid "Casablanca" Bergman e dirigido por Victor Fleming. É outro nível. Serve para constatar que, sem sombra de dúvida, já não se fazem Joanas como antigamente.

J. Tavares

(Joana D' Arc, EUA, 1999) Direção:Luc Besson. Elenco:Milla Jovovich, John Malkovich, Faye Dunaway, Dustin Hoffman. 157 min..

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