Um Homem de Família

Não precisa ser um gênio para saber que a situação no Afeganistão é bucha. Morar em um dos países mais pobres do mundo sob uma constante guerra de etnias e ainda por cima suportar guerras contra Rússia e Estados Unidos não é fácil. Tudo isso recheado por um fanatismo religioso sem igual. Na verdade, o melhor a fazer é fechar o país ou tentar alugar o terreno para o teste de armas nucleares.

Por isso a história de A Caminho de Kandahar parece - e realmente é - uma loucura. Nafas é uma jovem jornlista afegã que se refugiou no Canadá. Porém, na fuga se seu país natal sua irmã ficou para trás. Um belo dia ela recebe uma carta dela (como diabos o pessoal do Talibã deixou a missiva passar?). A irmã está desesperada, dizendo que vai se matar assim o eclipse solar acontecer (e não falta muito tempo para isso).

Então o filme passa ser a luta de Nafas para chegar ao Afeganistão antes do eclipse. Ou seja, ela quer entrar em um lugar de onde todo mundo quer sair. A odisséia não pode dar certo e não dá. A jornalista cruza com figuras insólitas como um pequeno guia e com um médico ardiloso espertalhão (que usa uma barba falsa para enganar o regime talibã). O doutor resolveu morar em uma terra abandonada por Deus só para ajudar os mais carentes. Bem, no Afeganistão material de trabalho é o que não falta...

A Caminho de Kandahar acabou ficando famoso devido aos trágicos acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001. Afinal, todo mundo queria ver alguma história que tivesse o país de Osama Bin Laden como tema. Se não é uma grande obra pelo menos termina rápido. Assista ao filme se você for daquele tipo de gente que adora cinema exótico ou nomes impronunciáveis de atores e atrizes.

J. Tavares

(Safar e Gandehar, IRA, 2001), Direção: Mohsen Makhmalbaf, Elenco: Niloufar Pazira, Hassan Tantai, Sadou Teymouri, Hoyatala Hakimi, Duração: 85 min.

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