Pânico no Lago

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Os produtores de Hollywood, a essa altura do campeonato, já deviam saber. Mas, em todo caso, sempre é bom lembrá-los: humor involuntário não pode ser premeditado. Pânico no Lago deveria, supostamente, ser um filme de terror com elementos cômicos. Mas nada funciona, chega a ser duplamente incompetente. Não pisa na jaca como um trash movie, nem consegue produzir suspense ou situações engraçadas.

A história é no mínimo boba: uma paleontologista de Nova York(Bridget Fonda) é chamada para examinar um dente achado no que sobrou do corpo de um mergulhador. Acontece que o tal dente pertence a um crocodilo pré-histórico de 9 metros, que sabe-se lá o por quê foi parar no num lago no interior dos EUA. A idéia de um crocodilo de 9 metros habitando um lago no interior dos EUA é tão absurda e implausível, que não tem o que argumentar. E como se não bastasse, o filme é ecologicamente correto. Assim não há quem agüente. Melhor é ver um filme da produtora canadense T.R.O.M.A, que pelo menos não se leva à sério.

Fica-se imaginando quem teria tido a cara de pau de produzir tamanha asneira. Pois é só passar os olhos pelos créditos para descobrir que o roteiro é de David E. Kelley— e não Kelly, como escreveu certa revista por aí— criador da série Ally McBeal. Kelley tenta aqui repetir a fórmula televisiva para o cinema, só que sem o mesmo sucesso. Conselho para Kelley: deixe o cinema para sua esposa Michelle Pfeiffer e vá cuidar da anorexia crônica de suas atrizes principais.

Saulo Gomes

(Lake Placid, EUA, 1999) Direção: Steve Miner. Elenco: Bill Pullman, Bridget Fonda, Brendan Gleeson, Oliver Platt. 82 min.

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