Magnólia

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O diretor e roteirista Paul Thomas Anderson, 30 anos, é o novo queridinho de Hollywood. O que vem a confirmar aquela velha teoria de que os produtores não costumam ir muito ao cinema. Anderson que quase tinha cometido uma bobagem no seu filme anterior Boogie Nights desta vez conseguiu. Magnolia é uma estultice, mas uma estultice gigantesca. O filme perde 188 minutos para não dizer coisa nenhuma.

O grande problema é que todo o diretor aspirante a gênio nos Estados Unidos insiste em copiar Robert Altman, contando um número sem fim de histórias paralelas. Isto, como o próprio Altman já descobriu, não é fácil e não funciona sempre. Quer dizer... se nem o original consegue tirar algo de novo deste truque cinematográfico, o que dirá meros imitadores mirins.

Magnolia pretende ser um gigantesco painel (pretensão pouca é bobagem) da cidade de Los Angeles. Quem liga as inúmeras histórias é o policial Jimmy (John C. Reilly) que por acaso se envolve com a filha do apresentador Jimmy Gator (Philip Baker Hall), que comanda um famoso programa de perguntas e respostas.

E, neste ponto, a idéia do filme fica clara. Tudo versa a respeito dos problemas entre pais e filhos. O diretor Anderson parece que não acredita no chavão da família feliz das propagandas de margarina. Desta maneira, o Jimmy Gator está morrendo de câncer e tem um problema com sua filha Cláudia (Melora Walters), uma viciada em cocaína, que só é esclarecido no final.

No programa de perguntas e respostas o menino Stanley (Jeremy Blackman), sofre com a pressão do seu pai que quer torná-lo um vencedor a qualquer crusto. E tem mais. Um magnata da TV, Earl Partridge (Jason Robards) também está morrendo, sob os cuidados de um enfermeiro (Philip Seymour Hoffman) e a jovem mulher, Linda (Julianne Moore, de longe a melhor atuação do filme). Para variar, ele tem problemas com o seu filho Frank Mackey (interpretado por Tom Cruise).

Tom Cruise, aliás, tem um desempenho mediano, no limite das suas possibilidades que, como se sabe, não são muitas. Seu personagem é um autor de livros de auto-ajuda para homens com o simpático lema de: seduza e destrua. Pelo seu evangelho é uma obrigação do homem ser canalha, trapaceiro e escroto. Quer dizer tão parecido com a vida real que é difícil saber como ninguém pensou nisso antes!

Apesar de ser o nome mais famoso do elenco, Cruise trabalhou por um salário menor e abriu mão do seu nome do cartaz de divulgação do filme. A imprensa acreditou que fosse para dar mais importância ao trabalho do grupo. Provavelmente ele deve ter participado de alguma pré-estréia e visto a cena da chuva de sapos. Sua reação só pode ter sido uma, o ator deve ter dito: tirem o meu nome do cartaz agora mesmo!!.

J. Tavares

(Magnolia, EUA, 1999) Direção:Paul Thomas Anderson. Elenco: Tom Cruise, Julianne Moore, Jason Robards, John C. Reilly, Philip Seymour Hoffman, Philip Baker Hall, Melinda Dillon, William H. Macy, Melora Walters, Jeremy Blackman. Duração: 188 minutos.

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