Onze Homens e um Segredo

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Onze Homens e um Segredo, certo? Bem, não conte para ninguém mas o principal segredo do filme é que ele é muito ruim. Não há qualquer vestígio de inteligência, carisma ou tensão em quase duas horas de projeção. A obra dirigida pelo queridinho da crítica Steven Soderbergh é uma estultice monumental. Desde o ínicio fica claro que os bandidos vão fazer o que bem entendem, tudo funciona como um gigantesco elogio ao crime organizado.

Para piorar as coisas o filme perde na comparação com o original feito na década de 60 que serviu como uma espécie de reunião do rat-pack. O grupo formado principalmente por Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr. e Peter Lawford pode ser descrito como os maiores comedores de gente de toda a Hollywood. A turma era conhecidas por suas orgias intermináveis. Entrar para essa turma era uma prova de status. Até mesmo o compositor brasileiro Tom Jobim andou participando de vários encontros com o pessoal, o que provavelmente deve ter sido o ponto alto de sua carreira artística.

Fica claro logo no começo do filme que George Clooney, Brad Pitt, Don Cheadley e Matt Damon não possuem uma mísera nesga do talento do grupo original. Isso sem falar no quesito sexo, drogas e jazz. Como o roteiro é de uma banalidade atroz sobra o talento dos atores principais para carregar Onze Homens e um Segredo nas costas. Mas de onde menos se espera é que não sai nada. Assim o modernoso e estelar elenco fracassa miseravelmente.

Tudo inicia quando Danny Ocean (George Clooney) sai da cadeia depois de pagar a sua dívida com a sociedade. Menos de 24 horas depois o gênio do crime já está bolando um plano mirabolante para ficar rico e não precisar pegar ônibus para ir trabalhar. A idéia é roubar três dos maiores cassinos de Las Vegas ao mesmo tempo. Só que para isso ele vai precisar recrutar uma equipe de doze malucos, digo, experts em todas as espécies de roubo e fraudes.

A lista é longa é inclui um especialista em baralho Rusty Ryan (Brad Pitt), um craque em bater carteiras, Linus Caldwell (Matt Damon), um especialista em bombas, Basher Tarr (Don Cheadle) um velho criminoso aposentado Saul Bloom (Carl Reiner) e por aí vai. Como é muita gente para dividir a bolada, o retorno tem de ser alto. Danny Ocean quer roubar nada menos do que 150 milhões de dólares. O detalhe é que o dono dos cassinos Terry Benedict (Andy Garcia) é casado com a sua ex-mulher Tess Ocean (Julia Roberts).

Aliás, Jilia Roberts aparece no filme como um mero enfeite no cenário. Sua participação é mínima e totalmente dispensável. A não ser que alguém acredite que todo o plano de Ocean foi apenas para recuperar sua mulher. Algo tão improvável como a explicação de como será possível para os bandidos arrombar a caixa forte mais segura do mundo.

Em um absurdo colossal o grupo rouba uma máquina capaz de gerar um pulso eletromagnético com capacidade para apagar toda Las Vegas por 30 segundos. E cadê a polícia numa hora dessas? O Steven Soderbergh torce descaradamente pelo time do mal, tanto que se esqueceu de coisas básicas como tensão e suspense. Tudo o que os ladrões querem eles conseguem. Nada no plano dá errado. Nunca foi tão fácil ser criminoso.

Conclusão? Não se fazem mais filmes como antigamente. Aliás, não se fazem mais atores como antigamente. E, com certeza, não se fazem mais rat-packs como antigamente. Fuja deste elenco espetacular de canastrões tente ver o original. George Clooney não é, não foi, nem nunca será Frank Sinatra. Brad Pitt é um cara casado, respeitador, totalmente dominado por Jeniffer Aniston. Em algum lugar do céu "The Voice" deve estar pensando esta geração está mesmo perdida...

J. Tavares

(Ocean's Eleven, EUA, 2001), Direção: Steven Soderbergh, Elenco: George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Andy Garcia, Julia Roberts, Don Cheadle, Elliot Gould, Carl Reiner, Eddie Jemison, Bernie Mac, Scott Caan, Casey Affleck, Shaobo Qin, Duração: 117 min.

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