Panteras Detonando

Uma coisa é certa: o que está ruim sempre pode ficar pior. Este o caso de Panteras Detonando. Se o primeiro filme era um verdadeiro insulto à inteligência do espectador, a continuação faz mais. Xinga a mãe, o pai e o tio e o avô. Não há uma única cena digna de nota ou mesmo uma piada engraçada.

Até mesmo o carisma das atrizes é mal-aproveitado. Tanto que quem rouba o filme é Demi Moore, que renasce das cinzas para provar que ainda está com tudo em cima. Aliás, mesmo tendo bem mais quilômetros rodados, que todo o elenco feminino acabou provando panela velha é que faz botox novo.

A trama, se é que existe, trata da busca de dois anéis que contêm a lista das pessoas com identidades trocadas que vivem sob a proteção do FBI. Sobra então para Natalie (Cameron Díaz), Alex (Lucy Liu), Dylan (Drew Barrymore) resolveram o problema. Elas não contavam com uma ex-agente de Charlie Madison Lee (Demi Moore), que está a fim de faturar alguns trocados vendendo os nomes.

Detalhe: Madison anda sempre armada e, em todos os sentidos, se parece mais com uma pantera do que Natalie, Alex e Dylan. Estas, por sua vez, em vez de serem as três panteras são as três patetas. Só falta uma guerra de tortas.

Por fim, a ZeroZen não pode deixar passar em branco a gloriosa aparição de Rodrigo Santoro como um dos bandidos. Existe o chefe dos vilões, o co-chefe e, depois deles, o brasileiro. Santoro estaria, portanto, na posição cocô-chefe. Talvez por isso ele entre mudo e saia calado. Mas a tacanha imprensa brasileiro conseguiu aplaudir a performance do ator. Se ele fizer outra vez papel de deficiente (mudo) pode se candidatar ao Oscar pelo seu silêncio shakesperiano...

Jota Tavares

(Charlie's Angels: Full Throttle, EUA, 2003), Direção: McG, Elenco: Cameron Díaz, Lucy Liu, Drew Barrymore, Justin Theroux, Rodrigo Santoro, Demi Moore, Matt LeBlanc, Duração: 111 min.

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