Pão e Tulipas

Uma das coisas mais impressionantes de Pão e Tulipas é a quantidade de gente feia em cena. É verdade. Poucas vezes se viu no cinema um povo que parece saído da sala de espera do inferno. Sai capeta. Até mesmo Veneza é filmada como e fosse uma cidade em escombros, fétida, prestes a afundar. Até aí nada demais. Só que Pão e Tulipas tenta ser um filme romântico.

Rosalba (Licia Maglietta) é uma dona de casa de Pescara (Itália). Ela viaja em uma excursão de ônibus com sua família. Porém, ao parar em um restaurante de beira de estrada, é esquecida pelo marido e pelos filhos. Rosalba então aproveita a situação para tirar uma espécie de férias daqueles chatos. Resolve conhecer Veneza, a cidade dos seus sonhos. Pede carona, arruma trabalho com um florista anarquista e faz novos amigos, como o enigmático Fernando (Bruno Ganz). Inclusive, resolve voltar a a tocar acordeão, sua antiga paixão.

O marido desesperado por ser obrigado a lavar suas próprias cuecas resolve contratar um detetive particular. E o investigador acaba por descobrir que talvez Rosalba eteja melhor em sua nova vida. Pão e Tulipas seria um filme interessante, não fosse a estética da pobreza que recheia o filme. A feiúra não tem razão de ser e não se encaixa na trama. Provavelmente, vai ser refilmado nos EUA, com Meg Ryan no papel principal e se transformar em um tremendo sucesso. E, é claro, vai contar com figurantes mais bonitos...

Paulo Pinheiro

(Pane e Tulipani, IT/FRA, 2000), Direção: Silvio Soldini, Elenco: Licia Maglietta, Bruno Ganz, Giuseppe Battiston, Marina Massironi, Antonio Catania, Felice Andreasi, Vitalba Andrea, Tatiana Lepore, Duração: 115 min.

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