O Padrão Globo de Qualidade

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Durante os anos setenta a Rede Globo de televisão, com o apoio do regime militar, implantou aquilo que ficou conhecido como padrão globo de qualidade, que envolvia todo processo de criação e produção de programas, séries e novelas da emissora. Porém, foi nos anos oitenta que este padrão de qualidade global chegou ao auge com a Globo liderando a audiência do início ao fim da década.

Apesar de muitos já terem ouvido falar sobre isso, poucos imaginam o que realmente significa o tal padrão de qualidade da Globo. Mas nós da ZeroZen que sobrevivemos à década de oitenta para contar a história, estamos aqui para botar tudo em pratos limpos, se é que me entendem.

Pois através de uma apurada investigação esta impoluta revista conseguiu estabelecer que por trás do padrão Globo de qualidade funcionava o maior cartel de drogas do país. O padrão globo de qualidade tinha 89% de pureza, era branquinha, vinha da Bolívia e era realmente muito boa.

Dentro do padrão globo de qualidade toda produção da emissora tinha uma verba para uma funcionária muito especial: a Tia Clara. É sabido que certos diretores e artistas incluíram uma cláusula em seus contratos que garantia que parte do salário seria destinada especialmente para Tia Clara, que era com certeza a funcionária mais querida da emissora. Alguns, para disfarçar, davam funções diversas para Tia Clara, como secretária assistente, assessor particular, contra regra, coisas assim. Como se vê, a Tia Clara era muito versátil.

A globo abastecia suas produções com toda aquela qualidade que lhe era característica, sendo que uma parte do produto ia para o consumo interno da diretoria. Dizem que as reuniões da diretoria da globo eram conhecidas dentro da emissora como a Guerra de Canudos, e o restante era distribuído pelos morros do Rio de Janeiro para venda. A Globo praticamente introduziu o tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Existem teses que indicam que o aumento do tráfico e da criminalidade no Rio de janeiro está diretamente relacionado ao desenvolvimento da Rede Globo.

Porém, para manter o padrão Globo de qualidade, a emissora percebeu que precisava de muito mais dinheiro, que qualquer cota publicitária do Jornal Nacional poderia pagar. Foi então que começaram a surgir— começadas se não me engano com o inacreditável Criança Esperança no ano de 1979— aquelas notórias campanhas humanitárias para arrecadar fundos para as vítimas da seca no nordeste, ou das enchente no sul, do frio do inverno, do calor do verão. Sempre havia alguém precisando de alguma coisa, e otários para contribuir para uma suposta boa causa.

É fato notório que o dinheiro dessas campanhas nunca chegou na mão de nenhum nordestino ou flagelado da enchente. Esse dinheiro foi todo desviado para os cofres da Globo e seu destino é ignorado. Boa parte deve ter servido para compra de equipamentos de última geração, o resto sumiu sem deixar nenhum traço. Mas é possível tenha virado pó, literalmente.

Reparem que mesmo sendo a emissora de televisão que mais cresceu nos anos setenta, ainda havia muito amadorismo nas produções globais. A grande verdade é que a Globo só conseguiu desenvolver-se técnica e profissionalmente nos anos oitenta. E o dinheiro para isso não saiu do bolso do Roberto Marinho, disso vocês podem ter certeza.

Mas a Globo logo se viu com um problema que não tinha com sua rede de televisão: a concorrência. O tráfico se espalhou pelos morros do Rio de Janeiro. Logo não foi possível manter o padrão Globo de qualidade com um nível tão alto. Eram os anos do Brizola governador do Rio e a Globo estava acuada em seu próprio território.

Lentamente o padrão Globo começou a cair de qualidade, chegando até esse paliativo malhado dos dias de hoje. Não é de se estranhar que a Globo nesses últimos anos venha perdendo audiência para a concorrência, que tem apresentado um produto de qualidade superior ao da emissora, mesmo que não chegue nem perto do antigo padrão global.

Fofox Murder

A verdade está lá fora e esperando para pegar você na saída.

O texto acima é uma obra de ficção e qualquer coincidência com pessoas ou terceiros é meramente acidental ou usada como forma de paródia.