Anos 80

A Década Perdida

Rock Brasil - O inventário da tragédia

Blitz - A história do rock Brasil nos anos 80 começou praticamente no antológico compacto Você não Soube me Amar. De um lado a música, no outro apenas a palavra NADA repetida umas 600 vezes. A Blitz com o seu rock carioca metido a esperto fez um enorme sucesso. Um detalhe curioso é que no seu primeiro Lp a banda teve as duas últimas músicas censuradas e riscadas a prego! O seu melhor trabalho é o segundo Lp: RadioAtividade. No fim das contas a melhor parte da Blitz era a vocalista Márcia que era muito mais encorpada que a Fernandinha Abreu, mas que, infelizmente, não seguiu uma carreira solo.

Barão Vermelho - Liderada por Cazuza essa banda não passou de uma invenção dos cariocas. A banda era ruim, mas com a morte do seu vocalista esvoaçante, resolveu fazer rock de verdade e acabaram cometendo um Lp aceitável chamado Na Calada da Noite. Hoje se envereda pela dance music, como se isso fosse torná-los mais aceitáveis para as novas gerações. Ledo engano.

Cazuza - O ex-vocalista do Barão Vermelho um belo dia decidiu que sua banda não era suficiente para o tamanho do seu ego, e resolveu sair para uma carreira solo. Como era filho do dono da gravadora Som Livre isso não foi muito difícil pra ele. Superestimado por muitos, para Cazuza reservamos esses singelos versos de domínio público: o Cazuza fede, o Cazuza sempre foi rico. Enquanto houver Cazuza não vai haver poesia. O que é a sabedoria popular...

Camisa de Vênus - Uma banda de rock. Marcelo Nova e Cia conquistaram o público sem depender da mídia. Não precisaram de ninguém para sair da Bahia e fazer sucesso em escala nacional. Melhor Lp: Batalhões de Estranhos. O refrão: "Bota pra Fuder" se tornou um dos gritos de guerra dos anos 80. Tudo perfeito, senão fosse a volta na década de 90 com uma pagação de mico deprimente.

capa do 1º disco do Titãs

Titãs - A maior banda do Brasil. Somente, é claro, pelo número de integrantes. Qualidade musical que é bom...O melhor Lp dos Titãs foi Jesus Não tem Dentes no País dos Banguelas (1986), mas como foi produzido por Liminha, o mérito dificilmente deve ser deles. A banda era razoável enquanto contava com a presença de Arnaldo Antunes. Depois se tornou a mais picareta e aproveitadora do Brasil, terminando por lançar o acústico mais cara-de-pau da MTV Brasil. Até o lançamento do acústico da Rita Lee, é claro.

Ultraje a Rigor - Liderados pelo vocalista Roger essa banda paulista foi um dos grandes sucesso do rock nacional. A música Inútil é sem dúvida um dos hinos da década. O primeiro Lp do Ultraje, Nós Vamos Invadir sua Praia, é um clássico. Pena que o sucesso durou só um disco. A banda decaiu vertiginosamente depois do segundo álbum Sexo. Falando nisso o vocalista Roger, para conseguir uns trocados, recentemente posou para uma revista masculina, onde mostrou a verdadeira razão de sua inutilidade.

Ira! - Banda paulista que tinha o seu destaque no guitarrista Edgar Scandurra. Copiando descaradamente The Jam e The Who até que não se saíram tão mal. Pena que até hoje - a banda continua na ativa - só conseguiram fazer um Lp que prestasse e foi o primeiro. Melhor trabalho: Mudança de Comportamento (1985). Curiosidade: "Flores em você" do segundo disco da banda, Vivendo e não Aprendendo" foi trilha de abertura de uma novela das oito.

Legião Urbana - Uma grande banda que durou enquanto a viadagem não tomou conta do seu vocalista, Renato Russo. O seu primeiro Lp de 1985, com os clássicos Será, Geração Coca Cola e Ainda é Cedo, é um dos poucos grandes discos de rock'n'roll de toda a década. Depois a Legião Urbana acabaria dando ré no quibe e desmerecendo tudo o que tinha feito.

Paralamas no tempo em que Herbert Vianna usava óculos

Os Paralamas do Sucesso - Os inventores do Rock Polaroid. A grande diferença dos Paralamas em relação as outras bandas brasileiras é que eles sabiam tocar. Como sempre acontece, os caras não souberam a hora de parar, que deveria ter sido no terceiro Lp. Melhor trabalho: O Passo do Lui (1985).

RPM - O famoso erre-pe-mê ou Revoluções Por Minuto. Eles tinham tudo para se tornar um sucesso e conseguiram. Com um primeiro Lp tocando adoidado nas rádios resolveram gravar um disco ao vivo com uma música inédita (a instrumental Naja) e uma regravação: Flores do Mal. Venderam tudo e mais um pouco do tal Lp. Com o sucesso chegaram a ter um selo musical próprio, que gravou apenas uma banda o Cabine C. Quando parecia que nada mais podia dar errado, fizeram um álbum de figurinhas e a banda acabou (nenhuma banda resiste a um álbum de figurinhas, isso é um indício do fim). Mas mudaram de idéia e voltaram para um terceiro Lp superproduzido, que foi um retumbante fracasso comercial. A banda voltou a encerrar as atividades. O vocalista Paulo Ricardo partiu então para carreira solo sem muito sucesso. Pois, aparentemente, a carreira não estava mais no prato quando ele voltou. Após várias tentativas frustradas, só voltou a fazer algum sucesso quando resolveu ser mais um imitador de  Roberto Carlos e aderiu a pop-romântico trilha sonora de bordel.

Cabine C - No auge do sucesso o RPM se deu ao luxo de ter o seu próprio selo musical, Revoluções discos, coisa que poucas bandas de rock conseguem. Mas a escolha para inaugurar o selo não poderia ser mais errônea. Seriam talvez os efeitos do álcool e das drogas? O Cabine C gravou apenas um disco: Fósforos de Oxford, e desapareceu sem deixar vestígios.

Kid Abelha & os Abóboras Selvagens - O melhor nome da década. Bandinha pop chinfrim que tinha — e  ainda tem — Paula Toler uma vocalista gostosa de voz chata. Grupo do tipo: a melhor coisa são as fotos do encarte, contanto que apareça a Paula Toler.

Heróis da Resistência - Uma dissidência do Kid Abelha. Difícil imaginar coisa pior. Não dá para esquecer do sucesso Esse Outro Mundo onde um ridículo Leoni cantava: (Quando a gente se beija/ Nesses verões emocionais). Verões emocionais? Ah, eu tô maluco!!!

João Penca e os Miquinhos Amestrados - Concorria com Kid Abelha como o nome mais ridículo do rock nacional. Mais uma banda (?!) engraçadinha e ordinária do Rio de Janeiro. Não precisa dizer mais nada.

Capital Inicial - Esses caras, a começar pelo seu vocalista, Dinho, sabiam ser chatos. Se aproveitaram da onda de bandas de Brasília e fizeram algum sucesso às custas da Legião Urbana. Podiam ter continuado na Capital ao invés de encherem o saco do resto da nação.

Plebe Rude - Incrível. O Plebe Rude, mais uma banda de Brasília, não teve cacife para lançar um disco e acabou colocando à venda o famoso Ep O Concreto já Rachou. Se não era a melhor coisa do mundo pelo menos terminava logo.

Finis Africae - Apesar do nome não se tratava de uma banda de reagge, na verdade era mais uma das bandinhas de rock de Brasília surgidas no sucesso da Legião Urbana. O primeiro disco da banda por uma grande gravadora se chamava, singelamente, Armadilha, só que ninguém caiu nessa.

Biquini Cavadão - Segundo diz a lenda no primeiro contrato da banda, havia uma cláusula na qual ficaria estipulado, que se a banda vendesse um milhão de cópias, a gravadora teria que dar ao grupo um ônibus leito para turnês. HAHAHA! Os caras continuam viajando em ônibus de linha até hoje.

Lobão e os Ronaldos - Lobão é um chato, chato de carteirinha, um chato de pedigree. Começou tocando rock progressivo no obscuro Vímana junto de Lulu santos e Ritchie. Depois foi o primeiro baterista da Blitz. Não esquentou muito as baquetas e saiu da banda antes deles estourarem. Então gravou um disco solo que ninguém ouviu. No embalo da new wave carioca criou a banda Lobão e os Ronaldos, que também não durou muito e teve apenas um sucesso: Decadence avec elegance, inspirada na modelo Monique Evans. Depois Lobão tentou de novo carreira solo, disse que o rock errou e foi tocar samba. Aí não satisfeito, mais recentemente, foi tocar dance music, tudo com a mesma incompetência. A verdade é que não foi o rock que errou, mas sim Lobão ao escolher a música como profissão. Além disso Lobão é, junto com Nelson Gonçalves, um dos únicos artistas brasileiros que puxaram cana por porte de drogas no país, isso num meio em que quase todo mundo usa drogas a torto e direito. Do que se conclui que Lobão também não é muito esperto...

Ritchie - O maior cantor do Brasil, que, é claro, era inglês. Esse cara vendeu os tubos com seu Lp de estréia. Curiosidade: o clip do seu primeiro sucesso,"Menina Veneno", foi gravado em Porto Alegre. Mas, sinceramente, certas coisas da década de 80 é melhor deixar no esquecimento.

Rádio Táxi - Rock baba total. Campeões de trilha sonora de novela nacional, deixaram coisas do quilate de Eva, recentemente regravada pela (não era óbvio?) Banda Eva da musa suprema Ivete Sangalo e Dentro do Coração que tinha o famoso refrão do sexo anal (põe devagar/ põe devagarinho/ que é pra não machucar/põe bem de mansinho).

Roupa Nova - A maior banda de baile do Brasil. Começaram a longa carreira da banda nos anos 70, mas foi nos anos 80 que alcançariam o sucesso popular com uma música na abertura da novela das sete. Mas o que se pode dizer: cada década tem os Fevers que merece.

Lulu Santos - Em determinado momento de sua longa carreira Lulu Santos saiu dizendo na imprensa que o rock morreu. Então tá, dêem os meus pêsames à viúva. Porque será que são sempre artistas medíocres e de carreiras irregulares que, de vez em quando, se utilizam desse discurso retrógrado para justificar sua total inaptidão para o assunto? Hoje Lulu tem feito uma dance music que faz muito sucesso entre pessoas que não gostam de dançar e não frequentam festas. Perfeito!

Leo Jaime - Bem o que dizer de Leo Jaime? Mentor do rock engraçadinho e cafajeste carioca. Autor de impagáveis versões de sucessos do rock americano. No entanto seu maior feito foi ter comido a Monique Evans e a Regininha, entre outras. Palmas para ele, que ele merece.
Obs: em um e-mail enviado para a ZeroZen, Leo Jaime negou qualquer envolvimento com Regininha, o que, infelizmente, diminui em muito os seus méritos musicais...

Kiko Zambianchi - Esse cara fez algum sucesso cantando baladas como "Rolam as pedras" e "Primeiros Erros" depois enveredou pelo funk de branco de quem ouviu muitos discos de Prince e queria acompanhar a última onda do mercado. Só que se o original já não era grande coisa, imagina a cópia... branca ainda por cima.

Os Inocentes - Banda legendária do punk-rock paulista. Acabou gravando um Lp pela WEA. Você acreditaria em uma banda punk que fizesse um disco por uma grande gravadora como a Warner? Nós também não.

Cólera -"Pela paz em todo mundo" punk rock paulista era foda meu. Foi a primeira banda da cena punk paulista a sair do Brasil, chegando a fazer apresentações no circuito underground punk, mas bota underground nisso, da Europa. Depois dessa fase punk o vocalista Redson na década de 90 noventa seria vocalista de uma banda cover do The Cult. Sem comentários...

Ratos de Porão - Os traidores do movimento, hahaha. Grande merda. Como se o movimento punk no Brasil, tivesse tido algum dia qualquer relevância. Os primeiros discos cantados em português são divertidos, mas eles entraram na maior roubada quando começaram a cantar em inglês para aproveitar o sucesso do Sepultura.

Garotos Podres - O primeiro discos desses caras "Mais podre do que nunca" pode ser considerado um clássico do punk rock brasileiro. Depois gravaram um disco produzido pelo Maurício do Ultraje a Rigor e conseguiram estragar tudo o que tinham feito neste primeiro.

Olho Seco - O punk paulista de raiz, sem frescuras, banda que não se vendeu ao sistema capitalista sujo das grandes gravadoras e ao imperialismo americano. Fiel representante do proletariado e do lema punk "faça você mesmo"... blá, blá, blá. Who cares! Música que é bom esses caras não sabiam tocar.

Mercenárias - Banda punk paulista formada só por mulheres, melhor dizendo, só por mocreias. Punk rock feito com natural incompetência e amadorismo. Depois de anos no underground finalmente conseguiram um contrato para gravar por uma grande gravadora. Lançaram um disco tão ruim que foram despedidas três meses depois. Um recorde!

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