Anos 80

A Década Perdida

Os Anos Ingratos: o resumo da ópera

Joy Division - Um dos grandes ícones da década, influenciou muitas bandas. Até mais do que deveria. O suicídio do vocalista Ian Curtis em 18 de maio de 1980, após o lançamento do segundo disco da banda, Closer, foi sintomático: é melhor puxar o carro enquanto ainda é tempo. O compacto de "Love Will Tears Us Apart" foi eleito como uma das melhores músicas da década.

Closer: álbum surumbático e depressivo considerado por alguns o melhor da década.

New Order - Das cinzas do Joy Division nasceu o New Order que gravou uns dois ou três álbuns interessantes, enquanto ainda saqueavam o espólio de Curtis. Porém depois a banda debandou para dance music mais execrável e tornou-se tão irrelevante que não merece mais do que essas esparsas linhas.

Police - Banda que deu ao mundo o mala sem alça do Sting, lembram dele com os índios do Xingu? Pois é. A banda até que era divertida, no seu começo quando imitavam os Paralamas do Sucesso... Hahaha. Digo, quando tentavam ser punks e misturavam elementos de reggae e ska no seu som. Mas depois foi ficando chata e pretensiosa demais. Não tão chata quanto a carreira solo do Sting, mas aí também é páreo duro.

The Pretenders - Banda inglesa liderada pela vocalista Chrissie Hynde que no início da carreira fazia um rock básico e de forte apelo pop. Depois de dois bons discos e duas mortes por overdose de heroína, que vitimaram num espaço de um ano o guitarrista e o baixista de banda, Chrissie Hynde foi em frente e remontou sua banda. Mas a partir daí foi só encheção de lingüiça.

The Cure- Banda superestimada pela crítica. O melhor disco desses caras é o primeiro Three Imaginary Boys de 79, o que explica muita coisa. A banda passou a década de 80 até os dias de hoje fazendo discos medíocres, com honrosa exceção para Pornography de 1982, que, segundo consta, deveria ser o último álbum da banda. Mas infelizmente o vocalista Robert Smith mudou de idéia.

The Josha Tree: U2 consegue finalmente estourar no mercado americano.

U2- A maior banda de rock cristão de todos os tempos. O U2 foi talvez a única banda de rock dos anos 80 a chegar ao megaestrelato, o que quer que isso signifique. Misturando engajamento político com uma forte religiosidade a banda tornou-se quase uma unanimidade entre os pobres pagães. Porém depois do álbum Joshua Tree de 1987, Bono conheceu o Deu$ money e toda pseudo-espiritualidade da banda foi devidamente esquecida nos álbum seguintes.

Echo & the Bunnymen - Uma das bandas de rock de nome mais ridículo de todos os tempos. Bandinha de rock inglesa pretensiosa e insossa. Criou um estilo de rock etéreo com letras cabeças de significado pífio, que se caracterizava pela ausência total de melodias marcantes ou canções dignas de nota. O som da banda era supostamente inspirado pelo psicodelismo dos anos 60. Porém, sejamos justos, eles perpetuaram uma das músicas definitivas da década: "Killing Moon" do álbum Ocean Rain de 1984.

The Cult - Essa banda começou fazendo um som meio hipponga sem muito interesse. Depois fizeram um álbum de hardrock com o produtor Rick Rubin, que definitivamente não era a melhor coisa do mundo. Mas que pelo menos parecia que o pessoal estava tentando copiar as bandas certas. Depois os caras partiram para um som do tipo heavy metal de FM totalmente execrável. Acabaram na década de 90, logo após uma turnê pelo Brasil. Sintomático não?

The Fall - Banda inglesa esquisita de vasta discografia capitaneada pelo vocalista e letrista Mark E Smith e sua esposa e guitarrista Brix Smith. Foram muitas vezes comparados ao Velvet Underground, mas é claro que isso não passava de um delírio de algum crítico mais afoito.

The Birthday Party - Banda de rock(?) australiana liderada por Nick Cave, uma das poucas nesse negócio a merecer o rótulo de visceral. Música feita sob o efeito de drogas diversas e doses cavalares de álcool. Ideal para se ouvir bêbado ou chapado, ou as duas coisas, se possível inconsciente.

Simple Minds- Vade retro, Satanás! Mentes Simples, bandinha simplória.

The Smiths - Banda inglesa que foi chamada de ‘a redenção do rock’n’roll nos anos 80’. Ha ha ha. O vocalista da banda, Morrisey, é o estereotipo da bicha inglesa lamuriosa, que fez escola no rock inglês desde então. A banda se desfez em 1987. Morrisey seguiu em carreira solo sem sucesso e o guitarrista Johnny Marr chegou a tocar com os Pretenders e Talking Heads. Depois montou o Eletronic com Barney Summers vocalista do New Order, que era outra merda.

Bauhaus - Os góticos? Os darks? Não, esses eram os caras do The Cure. Que seja, qualquer um desses rótulos idiotas. Tudo a mesma merda. Um bando de babacas efeminados que acreditavam que tudo o que  precisavam para tocar música é ter um visual cool. Sejamos sinceros: uma banda cujas duas melhores músicas são covers: "Ziggy Stardust" e "Telegram Sam"— para os neófitos, David Bowie e T. Rex respectivamente— não merece maiores divagações.

Jesus and Mary Chain - Uma das bandas queridinhas da critica. No primeiro disco eles misturaram Velvet Underground com aquelas melodias pop açucaradas dos anos sessenta, mas para parecerem radicais encheram de distorções e feedback. Foram progressivamente se tornando uma banda convencional e repetitiva. Mas já não eram tudo isso antes?

Siouxsie and Banshees - Bandinha inglesa de segundo time, que, estranhamente, fez algum sucesso por aqui. Um daqueles mistérios insolúveis dos anos 80.

Pil - A segunda banda do ex-vocalista do Sex Pistols John Lydon, começou seus trabalhos em 79 e só serviu para provar uma coisa: Lydon é um idiota irrecuperável. A banda teve o que se chama de carreira irregular com  destaque para a segunda edição do álbum Metal Box(80). A música "Rise" do LP Album(87)   é considerada pelos críticos ingleses uma das melhores canções da década.  

Nick Cave and the Bad Seeds - Nick Cave não é alguém que vá mudar radicalmente de estilo. Depois que o Birthday Party acabou em 1982, Cave partiu para uma espécie de revitalização do blues. Como Blues não o tipo de música que precise ou seja passível de revitalizações, o resultado é irregular e apenas para iniciados. Comparado com o Birthday Party é bem mais acessível, mas mesmo assim ainda é uma música para poucos. Tanto que o cara fez um show de graça(?!) em Porto Alegre na Usina do Gasômetro, acompanhado da banda alemã Die Haut, para menos de cinquenta pessoas!

Einstürzende Neubauten - Banda industrial alemã, talvez a mais influente no gênero, liderada pelo guitarrista Blixa Bargeld. O nome impronunciável significa "Prédios novos ruindo", mas também pode ser traduzido como alemães bêbados fazendo barulho. Música pouco convencional, feita com instrumentos poucos convencionais, para um público menos convencional ainda.

Men at Work - A quintessência do rock australiano picareta para surfistas acéfalos. Incrivelmente popular no Brasil, sendo a  banda preferida de nove entre dez boyzinhos. Só para exemplificar o assunto: é a banda preferida do Luciano Huck...

Australian Crawn - Bandinha de rock medíocre que se tornou uma espécie de cult band entre os surfistas nacionais. Inclusive a banda, que se dissolveu em meados da década de 80,  se reuniu nos anos 90 especialmente para uma turnê pelo Brasil. Pelo que se sabe o único lugar no mundo onde a banda fez algum sucesso. Um mistério. 

Midnight Oil - Outra banda do chamado australian rock, pelo menos essa fez algum sucesso fora do Brasil também. Exemplo típico de um dos fenômenos mais chatos da década de 80: artistas engajados em causas políticas e sociais. Esses caras já eram politicamente corretos antes mesmo da invenção do termo. 

Misfits - Banda de punk rock americana, na linha dos Ramones, que possuia também elementos góticos no seu som e visual. Começou suas atividades no final dos anos 70, mas nunca fez sucesso algum. Quando a banda acabou em 83  foram ganhando uma impressionante notoriedade póstuma. Principalmente por causa de bandas como Metallica e Guns'n' Roses que fizeram covers de suas músicas. Curiosidade: apesar de continuar na ativa a banda ficou mais de sete anos sem poder usar o nome Misfits, por causa de um processo movido pelo vocalista e líder da banda Glen Danzig, que deixou a banda em 83.

Fresh Fruit for Rotting Vegetables: Clássico absoluto do punk rock californiano.

Dead Kennedys - Banda de hardcore de San Francisco. O primeiro disco desses caras é um clássico, Fresh Fruit for Rotting Vegetables, aquele do vinil branco. Punk rock nunca conseguiu ser melhor que isso. Metade das bandas punks brasileiras aprenderam a tocar ouvindo esse disco. E o gozado é que, pelo visto, elas não entenderam nada. A banda foi processada pelo FBI por causa da arte do encarte de um de seus discos, Frankenchrist, de 1984. Isso acabou gerando um acirrado debate sobre a censura nos Estados Unidos. A banda ganhou a causa, porém não resistiu as pressões e acabou se dissolvendo. É por causa de bandas como os Dead Kennedys que os cds começaram a ter aqueles selos de advertência para os pais.

Black Flag - Banda de  hardcore californiana capitaneada por Henry Rollins e pelo guitarrista Gregg Ginn, dono do selo SST, que gravou, entre outros, Husker Dü, Sonic Youth e Minutemen. Meio superestimada, tem uma discografia irregular com destaque para os álbuns Damaged e Who's got the 10 ½.

Husker Dü - Banda de punk rock de Minneapolis que flertava abertamente com o pop. Conseguia fazer uma música ao mesmo tempo melódica e veloz. Primeira banda do selo independente SST a gravar com uma grande gravadora, a Warner, em 1986.

X - Banda de Los Angeles que junto com os Dead Kennedys capitaneou o cenário punk da cidade. Foi produzida por Ray Manzarek, tecladista do The Doors. Faziam uma bem dosada mistura de punk rock com influências de rockbilly e psicodélia californiana.

Missing Persons - Banda new wave americana, com um som bastante influenciado pelo Blondie e outras bandas de New York. A vocalista Dale Bozzio era casada com o baterista Terry Bozzio, que tocou por vários anos com Frank Zappa! Mas nada disso é importante. O interessante mesmo não é o som da banda, mas seu visual. Para terem uma idéia, o cabelo e as roupas de Dale influenciaram os figurinos(?!) do filme porno New Wave Hookers.

Document: único álbum do REM em sua extensa discografia que realmente interessa.

R.E.M. - E não é que os Byrds ganharam uma banda cover na década de oitenta? Banda americana que resgatava o som típico das bandas de garagem dos anos sessenta. Foi meio que superestimada. Como a maioria das bandas dos anos 80 possui uma discografia   irregular com destaque para o álbum Document de 1987.

Sonic Youth - Banda de Nova York que elevou o feedback e a distorção ao limite do state of art. Nada comercial e um pouco cabeça demais. Tipo: quando esses caras querem ser chatos eles realmente se superam. É, no entanto, junto com os Pixies uma das bandas mais influentes no rock americano dos anos 90. O que também explica muita coisa. Sem Sonic Youth não existiria Nirvana, nem grunge. Fica a pergunta: isso é bom ou ruim?

Sufer Rosa: disco de estréia da banda, que seguido pelo clássico oolittle, representam o melhor da banda.

Pixies - O Pixies foi a redenção do rock americano. Inteligente combinação de surf music e punk rock com o melhor dos Stooges e Husker Dü. Seus dois primeiros discos são essenciais e não se fala mais nisso. A banda se dissolveu no início dos anos 90.

The Butthole Surfers- Banda texana outrora iconoclasta que fazia um som bastante esquisito, mas não totalmente destituído de algum interesse. Hoje porém se encontra em franca e aparentemente irreversível decadência.

Violent Femmes - Banda americana que fazia uma interessante mistura de folk rock com melodias pop. Uma das bandas mais cultuadas pelas rádios universitárias americanas. Ainda na ativa, mas meio decadente.

Red Hot Chili Peppers - Uma banda superestimada pela crítica brazuca, e que passou a década de 80 colecionando fracassos. Só conseguiram fazer sucesso na década seguinte, com Blood Sex and Magic. Curiosidade: quando o álbum Mothers Milk foi lançado no Brasil saiu com quatro músicas a menos por um erro de prensagem da gravadora. A gloriosa crítica músical nativa nada disse sobre o assunto...

Guns'n'Roses - Eles quase ficaram de fora da década, mas uma banda tão ruim só poderia ter surgido mesmo na década de 80. O primeiro disco da banda, Appettitte for Destruction,  de 87 só estourou em 89. É um exemplo de emburrecimento coletivo de efeito retardado. Mas acabaram sumindo nos anos 90, quase sem deixar vestígios.

Kill'em All:  Metallica antes de se tornar mais uma bandinha de MTV.

Metallica - Maior ícone do novo metal americano, anos luz a frente do decadente metal britânico. É difícil acreditar que o Metallica tenha se transformado nessa baba que toca na MTV hoje em dia. Na dúvida ouça o primeiro álbum da banda Kill’em All de 81. Depois compare com o lixo que a banda vem fazendo.

Run DMC - Primeiro grupo de rap a fazer sucesso mundial. A MTV usou esses caras para conseguir entrar na comunidade negra americana. Serviram também para apresentar o rap à comunidade branca com a clássica regravação de "Walk this Way". Mas para isso tiveram a infelicidade de desencavar das trevas o Aerosmith. Logo, o inferno já tem lugar reservado para eles e para o Aerosmith também.

Sigue Sigue Sputinik - A 5 ª geração do rock. Hahaha. Se lembra disso? Pense nessa banda sempre que ouvir aquele papo futuro do rock’n’roll etc e tal. O que mais se pode dizer? Cada década tem o Prodigy que merece.

Technotronic- Confesse você adorava aquela música "pump it up". Também foi apontado como a música do futuro coisa e tal. Evidentemente o futuro nos reservava coisa muito pior.

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