Paulo Autuori e a nostalgia das 1001 noites...

Paulo Autuori não é mais técnico do Grêmio. Ele voltou ao comando do Al-Rayyan, no Catar. O tricolor gaúcho teve mais sorte que juízo se livrou de um treinador "sem a cara do Grêmio". Muitos acusam o técnico de trair o Grêmio, mas isso não é verdade. Ele simplesmente sofre de uma nostalgia das 1001 noites...

Antes de mais nada é preciso dizer que esse talvez esse tenha sido o melhor negócio da direção tricolor em toda a temporada. Graças a saída de Autuori o Grêmio deve receber cerca de R$ 1,5 milhão. Esse valor é a soma da multa rescisória, que gira em torno de R$ 500 mil, e a indenização paga pelo Al-Rayyan, de aproximadamente U$ 500 mil. Quer dizer ao invés de vender jogadores, agora o clube vende técnicos! É simplesmente genial.

Após a saída de Paulo Autuori do Grêmio ser oficializada, o ex-treinador do time e o vice de futebol do clube concederam entrevista coletiva à imprensa. O treino da tarde já teve o comando de Marcelo Rospide, o interino vencedor e especialista em Libertadores....

O ex-técnico do Grêmio admitiu que sai um tanto decepcionado por não ter conseguido dar ao Grêmio e à torcida uma condição mais confortável no Brasileirão: "Eu sou o mais crítico possível comigo mesmo. Saio muito chateado, pois sinto que esse time poderia estar em uma situação mais confortável. Eu assumo as responsabilidades por essas falhas, como não foi diferente nesse período. Tinhamos que dar um salto de qualidade, e não fomos capazes. Saio com a sensação de que poderíamos ter dado mais", declarou Autuori.

Bem, verdade seja dita, Paulo Autuori ficou distante dos objetivos que traçou para sua passagem pelo Grêmio. Após 36 partidas no comando do time os números não foram muito satisfatórios: 13 vitórias, 12 derrotas e 11 empates. O aproveitamento ficou em apenas 46,3%.

Certo. Mas o arguto leitor da ZeroZen pode estar se perguntando: que história é essa de nostalgia das 1001 noites? Simples. Paulo Autuori vive em outro mundo, em outra realidade futebolística. Ele ama - de verdade - trabalhar no Catar.

Como se sabe o futebol árabe é completamente diferente do brasileiro. Ao invés de vestiários infectos existem pias de ouro que jorram champanhe de alta qualidade. Autuori recebia de bônus a cada vitória umas cinco ou seis odaliscas. Quem pode resistir a esse tipo de apelo.

Então ao chegar no Olímpico Paulo Autuori percebeu que tinha cometido um grave erro. Ele passava os dias sonhando com um retorno ao mundo árabe. Nas preleções ele citava trechos do Alcorão. Seu pensamento estava focado nas Ferraris e Porsches que os príncipes do Catar dão de presente no amigo-secreto de final de ano...

Sim, Paulo Autuori não tem a cara do Grêmio. Ele tem a cara da Arábia. Ele vai pro Catar com alegria e paz no coração. Ele retorna para o paraíso das sensuais odaliscas. O treinador saiu do Olímpico sorrindo, pensando em acender charutos com notas de mil dólares. Só pelo prazer de torrar dinheiro...

Por isso, a ZeroZen só tem uma coisa para o ex-treinador: Vai, Paulo Autuori. Vai se Catar!

Jarbas Schier