O dia em que Grêmio imitou o Inter

Era inevitável. Um dia teria de acontecer. O Grêmio resolveu imitar o Inter e se deu mal. O tricolor gaúcho perdeu de forma bizarra e ridícula para o Juventude, em pleno estádio Olímpico, e foi eliminado com absoluta justiça do Gauchão 2008.

Cabe, contudo, explicar melhor a afirmativa anterior. Como foi que o Grêmio copiou o Inter? Simples. O time treinado por Celso Roth adotou a sídrome do "temos a melhor campanha", do "já ganhou" do "favorito sempre vence". Isso é típico dos colorados. Essa eterna vontade de entregar o jogo, essa natural falta de raça e superação. Por isso, insistem em perder para times muito inferiores como, por exemplo, o próprio Juventude.

Diga-se de passagem que o Grêmio sai do Gauchão com uma única e escassa derrota. Mas e daí? A grande verdade universal do futebol diz que time vencedor sabe ganhar e perder na hora certa.

Não se pode negar também que o Juventude veio disposto a fazer história. Foi, sem sombra de dúvida, a melhor atuação de todos os tempos da história da equipe de Caxias do Sul. Seus 34 torcedores têm de comemorar muito. É para fazerem carreata e inaugurarem um placa no estádio em homenagem a atuação divina de sua equipe.

Nem mesmo quando conquistou um campeonato gaúcho ou quando venceu a Copa do Brasil, o Juventude deu tamanha demonstração de qualidade futebolística. Foi simplesmente sobrenatural. Tanto que o centroavante Mendes aproveitou um cruzamento de Elvis aos 16 minutos e cabeceou com categoria incomum. A bola encobriu Marcelo Grohe, que é uma espécie de Rubinho Barrichello dos goleiros.

O carrasco Mendes ampliou o marcador aos 38 minutos. Em contra-ataque perfeito, Lauro encontrou o centroavante, que bateu com perfeição e de primeira, colocado no canto do goleiro. E - acredite quem quiser - com apenas dois chutes, o Juventude terminou, de forma acachapante, o primeiro tempo vencendo por 2 X 0.

Para a etapa complementar, o técnico Celso Roth fez alterações para corrigir seus próprios erros. Só para deixar claro, o Grêmio teve uma série de lesões que obrigaram a entrada de Jonas na equipe. Ou seja, Soares era o titular, Reinaldo, um reserva a altura, e Jonas é o desespero puro e simples.

O resultado de tanta loucura foi mais um gol do Juventude. Tiago, que entrou na vaga de Maycon logo após o reinício do jogo, ampliou o placar para 3 a 0 em uma cabeçada certeira. De novo, prevaleceu a espetacular eficiência da equipe caxiense. Foram três chutes e três gols.

O Grêmio ainda esboçou uma reação. Jonas marcou aos 31 minutos, após Roger ganhar na raça o rebote do zagueiro. O mesmo Jonas foi expulso pouco depois por cometer uma falta violenta em Hércules. Na confusão, um jogador do juventude também foi para o chuveiro mais cedo e Eduardo Costa recebeu o segundo cartão amarelo e também saiu de campo.

Com dois jogadores a menos, o Grêmio finalmente decidiu jogar um pouco. Perdeu gols incríveis, graças a defesas espíritas e finalmente marcou mais um gol aos 48 minutos do segundo tempo, quando o lateral Paulo Sérgio cobrou falta com perfeição.

Com dois jogadores a menos, o Grêmio finalmente decidiu jogar um pouco. Perdeu gols incríveis, graças a defesas espíritas e finalmente marcou mais um gol aos 48 minutos do segundo tempo, quando o lateral Paulo Sérgio cobrou falta com perfeição.

O Juventude segue na competição e com méritos. Jogou com raça, determinação e vontade de vencer. Quando o jogador mais "raçudo" do tricolor é o carioca Roger... Bom, então tem algo muito errado. Se é o fim da fama de "filial" do Juventude, é cedo para dizer. Mas o Grêmio jogou somente acreditando no fator touca. O problema é que se mandinga ganhasse jogo o campeonato baiano terminava empatado.

Jarbas Schier