Max Payne 2: The Fall of Max Payne

No mercado de games, assim como no cinema - onde um filme de sucesso é quase sempre seguido de uma continuação inferior - jogos bem sucedidos comercialmente acabam gerando seqüências pífias ou apócrifas. Max Payne 2 não chega a ser uma exceção à regra e acaba ficando num meio termo desconfortável: tem qualidades suficientes para atrair os fãs do primeiro game, mas não trás realmente muita novidade para atrair o resto da humanidade.

Max Payne foi um dos games mais vendidos de 2001 se estabelecendo como um dos melhores games de ação em terceira pessoa de temática adulta para PC. Desenvolvido novamente pela Remedy e agora distribuído pela Rockstar Games (sim, aquela Rockstar da série Grand Theft Auto), Max Payne 2 retoma a história do game anterior exatamente onde esse acabou. Mas nem tudo vai parecer familiar aos fã da série. O próprio Max, por exemplo, passou por uma plástica facial e envelheceu alguns anos. Fora isso, Max continua sendo o saco de pancada menos esperto de Nova Iorque, e vai ser, como de costume, traído ou enganado por basicamente todo mundo no game.

Logo de cara Max Payne 2 quebra duas regras básicas de todas continuações: é bem mais curto que o game original e relativamente mais fácil. Desenvolvedores sempre partem do princípio que se você jogou o primeiro game, vai saber como jogar o segundo. Logo é preciso dificultá-lo ao máximo ou trazer algum desafio novo para manter as coisas interessantes. Nisso Max Payne 2 falha consideravelmente. Em todo o game existe apenas um "Boss" para o qual se reserva a grande luta final. No resto do game você vai enfrentar sempre os mesmos inimigos em situações que não se diferenciam em nada daquelas do primeiro game. Se não fosse pelo fato de Max Payne perder suas armas a toda hora, um artifício que já usado no game anterior, é bem possível que este game pudesse ser terminado em pouco menos de seis horas.

A história de Max Payne 2 é contada em flashback, como o primeiro game. O enredo dessa continuação não se esforça muito para fazer sentido, mas resumindo a coisa toda é mais ou menos assim: Max está apaixonado pela assassina profissional Mona, irmã de Nicole Horne, morta do game anterior. Mona, que diga-se de passagem é uma das personagens virtuais mais sexys já criadas, está envolvida numa trama de corrupção policial com Vlad, o amigo russo de Max Payne. E Vlad é o vilão onisciente e onipresente que só aparece de vez em quando para aumentar a contagem de corpos.

O clima de Graphic Novel do primeiro game é realçado nessa continuação pelos interlúdios românticos do relacionamento de Max e Mona. Nada muito explícito, mas apimentado o suficiente para o game receber lá fora uma cotação para maiores de 18 anos. Além disso os diálogos e textos de Max Payne receberam um tratamento mais sério dessa vez, e não parecem mais saídos de um episódio rejeitado de algum seriado policial de quinta categoria.

A ação de Max Payne não sofreu grandes modificações. Para bem ou mal todos os elementos que fizeram o primeiro game um sucesso estão de volta. O efeito de tempo de Bala (Bullet Time), onde a ação do game passa a ser em câmara lenta, recebeu alguns aperfeiçoamentos e continua sendo o grande diferencial da jogabilidade. Por outro lado as sequências de sonho estão de volta, mas pelo menos desta vez são bem menos irritantes.

Um dos pontos fracos dessa continuação é o design das fases. Desta vez não há a variedade de cenários do primeiro game ficando a ação resumida aos manjados armazéns abandonados ou prédios em construção. A variedade de cenários vistos recentemente em games como Hitman 2 e Freedom Fighters fazem falta em Max Payne 2. Sem contar que Max Payne continua vivendo numa New York onde nunca faz sol e chove o tempo todo.

No geral Max Payne 2 fica devendo muito em termos de volume e design. Mas não se sai mal no que diz respeito a continuações. Pelo menos fica uma certeza: se houver um Max Payne 3 vai ser preciso uma mudança geral no game, pois afinal não sobrou muita gente para contar a história.

Saulo Gomes

Prós: Ainda um dos melhores games de ação em terceira pessoa do mercado.
Contra: Curto, repetitivo e sem multiplayer.

Sistema Mínimo
1 GHz Pentium III / Athlon or 1.2GHz Celeron ou Duron
Placa de vídeo 32 MB compatível com DirectX 9
256 MB RAM

Sistema Recomendado
1.4 GHz Athlon ou 1.7 GHz Pentium 4,
Placa de vídeo 64 MB compatível com DirectX 9
512 MB RAM