Acústico Rita Lee

Este realmente é um mundo maravilhoso onde a união, o carinho e o amor imperam. Infelizmente, nesta revista ainda existem pessoas que não conseguem aceitar o fato de que somos abençoados por vivermos em um planeta que fica a cada dia melhor. Eu me refiro a crítica do Sr. Saulo Gomes sobre o acústico da cantora símbolo do rock nacional e, por que não dizer, mundial, a genial Rita Lee.

A amargura e a inveja campeiam no artigo escrito pelo colunista. Primeiro é preciso que se esclareça que Rita Lee é uma pessoa de idade não pode ser tratada desta maneira. É chamada carinhosamente de titia do rock brasileiro. Ora, uma pessoa que entra pela porta da frente nos ônibus, que toma o seu chazinho de boldo, que pinta o cabelo com cores esquisitas, deve ser objeto de afeição.

Ninguém desrespeita neste país, muito menos no mundo, os idosos e Rita Lee não pode ser exceção. Por exemplo, ao trocar o nome de uma famosa música para A Balada da Louca, ela não soou pedante como foi registrado na crítica. Afinal, por que titia Rita Lee não pode ser doida varrida, pinel? Por que ela não pode passar a vida inteira catando macaquinhos no sótão? Por que ela não tem o direito de tomar boletas e ficar balbuciando incoerências em uma camisa-de-força?

O articulista ainda errou de maneira crucial ao criticar a música Gosto de azedo. Uma canção magistral que fala de Aids. Talvez seja a melhor coisa já escrita sobre o tema, William Shakespeare se fosse um roqueiro ficaria com inveja. Aliás, mesmo com uma doença sexual capaz de matar milhares e milhares de pessoas vivemos no melhor dos mundos possíveis. Afinal, agora temos de usar camisinha sempre e só podemos agradecer por aquela fantástica sensação de empacotamento.

Inclusive a presença do filho da cantora, Beto Lee, no acústico é notada de forma irônica. O crítico perdeu todo o bom senso. Como ele foi capaz de condenar algo tão bonito como o nepotismo. O sangue é mais denso do que o vinho já diziam os romanos. Ora, nada mais natural do que Rita Lee querer trabalhar com o seu próprio. Para que ela iria enriquecer alguns desses músicos drogados que tocam por um salário-ínfimo? O melhor é deixar tudo em família. É sempre bom uma pessoa poder contratar pessoas em quem confia.

Outra vítima da perfídia do colunista é o marido de Rita Lee, Roberto de Carvalho. Este rapaz é um gênio, capaz de fazer o pop perfeito não parecer tão bom assim. Quando Rita resolveu seguir as inspirações de seu cônjuge vendeu discos como nunca. Roberto é tão eficiente que cada música que ele compõe já saiu com uma previsão de vendagem de 100 mil exemplares.

Por isso o Acústico Rita Lee é sublime. É o melhor disco de todos os tempos. Capaz de fazer tudo o que surgiu depois ser considerado como de somenos importância. Quem for um feliz possuidor deste disco irá direito para o paraíso. Deus, com certeza, deve ter comprado uns 15 e ainda baixado à Terra para pedir um autógrafo a titia Rita Lee.

Sejam felizes, pois este é o melhor dos mundos possíveis.

H. Pangloss