Avatar: O Caminho da Água

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Avatar é o filme de maior bilheteria de todos os tempos. Ainda assim, ninguém se importa. O Universo Cinematográfico da Marvel, por exemplo, inspirou muito mais discussão e engajamento. Então, era natural de imaginar que Avatar: O Caminho da Água - uma continuação que só levou 13 anos para ser feita - seria um fracasso monumental e enterraria de vez a franquia. Só que é complicado apostar contra James Cameron.

O desenlace de tanta espera é que Avatar: O Caminho da Água faturou inacreditáveis 2,319 bilhões de dólares, se transformando na terceira maior bilheteria de todos os tempos. Resultado? Pode aguardar uma nova continuação. Aliás, James Cameron já garantiu que pretende encerrar a saga dos Na'vi depois do quinto filme!

Então, depois de toda essa introdução, Avatar: O Caminho da Água é um bom filme? Claro que não. Assim como seu predecessor, tem efeitos visuais incríveis e mostra como a tecnologia 3D deve ser usada da forma correta. Só que de novo todo faltou dinheiro para pagar um roteiro melhor.

A sequência de Avatar se passa após dez anos da primeira batalha de Pandora entre os Na'vi e os humanos. Agora, Jake Sully (Sam Worthington) vive pacificamente com sua família. Sim, ele virou pai e aparentemente ninguém na tribo acredita em controle de natalidade. Ele e Ney'tiri (Zoe Saldana) vivem felizes. Porém, os humanos estão de volta. Com novas armas, novos equipamentos e novos motivos para explorar Pandora.

Rapidamente, Jake percebe que deve travar uma guerra difícil contra os humanos. Ou, quem sabe, agir como um verdadeiro pai de família. Então, ele dá uma de Jânio Quadros e renuncia ao cargo de líder e foge! Até mesmo em Pandora é melhor escapar fedendo do que morrer cheiroso...

Logo, Jake Sully, Neytiri e sua família precisam deixar a tribo Omaticaya nas florestas e se mudar para os recifes de Pandora. No local, vive o clã Metkayina, liderado por Tonowari (Cliff Curtis) e Ronal (Kate Winslet). Basicamente, é uma tribo que se adaptou para viver na água. Então, enquanto o resto do planeta vai sendo devastado, Jake começa uma vida idílica em uma nova tribo. Cada um com seus problemas. O detalhe é que os humanos da corporação RDA, clonaram o Coronel Miles Quaritch (Stephen Lang). Ele volta com sede de vingança.

O roteiro não cansa de enfatizar a relação de Jake Sully e Neytiri com seus quatro filhos: Neteyam (Jamie Flatters), Lo'ak (Britain Dalton), Tuktirey (Trinity Jo-Li Bliss) e Kiri (Sigourney Weaver). Essa é a justificativa para fugir da guerra e sair mergulhando por aí. Mas todos os personagens são rasos e pouco desenvolvidos. São basicamente clichês ambulantes repletos de computação gráfica.

Aliás, essa é a parte onde o filme se destaca: os efeitos visuais. A computação gráfica é definitivamente superior a qualquer filme da Marvel. Aliás, o CGI do primeiro Avatar é superior a qualquer filme da Marvel. Mas o diretor James Cameron está obcecado com o mundo submarino do planeta. A história - do nada - vira um clone de Moby Dick. Com os humanos desesperados para meter a mão no espermacete das baleias de Pandora. E, para piorar, a cada 10 minutos, uma cena aquática desnecessária surge para quebrar o ritmo do filme. E isso explica as mais de três horas de duração.

Com tantos defeitos, por que Avatar segue levando multidões ao cinema? Uma explicação lógica é que James Cameron tem uma família grande. Outra hipótese é que Avatar se vende como uma experiência puramente cinematográfica. Não serve para ser visto no streaming na tela pequena de um celular. Além disso, o diretor ainda sabe como conduzir as cenas de ação. Tudo é claro e limpo, sem a aberração da câmera tremida.

O fato é que James Cameron se livrou de um fracasso monumental. Não fez um bom filme, longe disso. Mas garantiu o emprego e a possibilidade de terminar a saga de Pandora. Possivelmente, o próximo episódio vai se chamar: Avatar: O Caminho do Dinheiro...

J. Tavares

(Avatar: The Way of Water, EUA, 2022), Direção: James Cameron, Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Cliff Curtis, Kate Winslet, Stephen Lang, Jamie Flatters, Britain Dalton, Trinity Jo-Li Bliss, Duração: 192 min.

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