Borat

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Um sujeito disfarçado se aproveita da credulidade de pessoas ingênuas para enganá-las e fazê-las passarem um papel ridículo. Pensou em Sérgio Mallandro? João Kléber? Pois é... mas o filme se chama Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América.

Sim, o comediante Sacha Baron Cohen foi chamado de gênio e revolucionário por imitar os reis das pegadinhas no Brasil! No fim das contas, Borat serve apenas para provar que o povo norte-americano é tão burro, manipulável, preconceituoso como qualquer outra população do planeta.

O herói (?!) da trama é Borat Sagdiyev. O personagem foi criado pelo comediante inglês Sacha Baron Cohen e fazia aparições durante o programa "Da Ali G Show". Já na época, Borat aproveita para debochar das idiossincracias da terra da rainha. Destaque para as piadas feitas com caçadores de raposas.

Provavelmente, Borat queimou o filme na Inglaterra. Ou seja, ficou suficientemente conhecido para que suas pegadinhas não funcionassem mais. Então a solução foi deslocar o Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão para a América.

Como inteligência não parece ser o forte da Terra do Tio Sam - o que dizer de um povo que elegeu George W. Bush DUAS vezes para presidente - Borat consegue um farto material para suas piadas. Por exemplo, há uma cena em um jantar, no qual ele testa a paciência e bons modos de seus anfitriões. Apesar de todo esforço para constranger a todos, nada acontece. Porém, o insulto final surge quando uma prostituta convidada por Borat bate à porta.

Mesmo assim, apesar de toda a mediocridade do filme, de todas as piadas baixas e da exploração de pessoas pouco privilegiadas intelectualmente com o objetivo de glorificar o protagonista, há uma cena memorável em Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Casaquistão Viaja à América.

Borat vai a um rodeio. É convidado a fazer um discurso. Então desanda a fazer uma peça oratória que faria a alegria do presidente dos Estados Unidos. A platéia aplaude ensandecida, enquanto o repórter do Casaquistão pede que todos os terroristas sejam trucidados.

Depois de receber uma ovação, ele pede para cantar o hino do seu país. Pronto. Sacha Baron Cohen inventa um hino completamente maluco e totalmente ofensivo. É o que basta para o comediante ser obrigado correndo do lugar. Outro momento incrível é quando Borat pretende realizar um casamento com a atriz Pamela Anderson. Mas são poucas as piadas que justificam o sucesso estrondoso do filme.

Como não poderia deixar de ser Borat foi bastante criticado pelo governo do Cazaquistão, que considerou o filme "de mau gosto e com maneiras incompatíveis com a ética e o comportamento da população do país". Como resposta, Sacha Baron Cohen - que perde o país, mas não perde a piada - organizou uma falsa conferência de imprensa na Casa Branca em 29 de novembro de 2006, um dia antes da visita do presidente do Cazaquistão aos Estados Unidos.

O fato é que o sucesso de Borat autoriza que João Kléber e Sérgio Manlandro tentem a sua sorte no cinema. Algo como O Segundo e o Terceiro Melhor Repórteres do Glorioso País Tropical Viajam à América. Enfim, é melhor deixar para lá...

J. Tavares

(Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, EUA, 2006), Direção: Larry Charles, Elenco: Sacha Baron Cohen, Ken Davitian, Luenell, Pamela Anderson, Bob Barr, Bobby Rowe, Alan Keyes, Mariam Behar, Spirea Ciorobea, Michael Psenicksa, Jim Sell, Larry Walker, Linda Stein, e centenas de americanos ingênuos, Duração: 84 min.

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