A Cartada Final

Robert de Niro queria contracenar com Marlon Brando. Até aí, tudo bem. Mas por que ele não montou uma peça de teatro ou algo parecido? Pois o resultado do encontro dos dois na tela grande é de uma chatice incomensurável. A Cartada Final é um daqueles filmes previsíveis e arrastados que faz o espectador imaginar o que vai acontecer na cena seguinte e... acertar!

Nick Wells (Robert De Niro) é um veterano ladrão que está prestes a se aposentar (até parece). Tudo o que ele quer agora é ficar calmo e sossegado ao lado de sua namorada Diane (Angela Bassett) e cuidar do seu clube de jazz. Porém, o seu amigo de priscas eras na senda do crime But Max (Marlon Brando) tem outros planos. Max quer que Nick cometa o seu último roubo antes de pendurar as chuteiras.

O problema é que o assalto contraria as duas regras fundamentais da cartilha de Nick: sempre trabalhe sozinho e nunca roube nada na cidade onde você mora. Obviamente, mesmo percebendo que está tudo errado e que o plano não tem como dar certo o criminoso aceita fazer um último favor a Max. Então ele é obrigado a conviver com um ambicioso aprendiz de assaltante Jack Teller (Edward Norton).

A Cartada Final vai empilhando um clichê atrás do outro para provar que o diabo só é diabo por que é velho. O mais interessante do filme ocorreu mesmo fora da tela com as constantes brigas entre Brando e o diretor Frank Oz. O ator tamanho gigante insistia em tornar mais clara a homossexualidade de sua personagem coisa que irritava particularmente o diretor. Ao invés de colocarem no DVD as tradicionais puxadas de saco entre a equipe bem que podiam mostrar as baixarias das filmagens. Seria muito mais honesto e interessante.

J. Tavares

(The Score, EUA, 2001), Direção: Frank Oz, Elenco: Robert De Niro, Edward Norton, Angela Bassett, Marlon Brando, Duração: 125 min

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