Não Se Preocupe, Querida

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Esse é um daqueles filmes que ficou famoso pelas questões erradas. A sua produção foi marcada por uma série de problemas nos bastidores. Aliás, com tanta fofoca acontecendo, as pessoas simplesmente resolveram ignorar a obra dirigida por Olivia Wilde (a Thirteen da série House). E ignorar definitivamente parece ser a melhor opção no caso desse desastre cinematográfico.

Antes de chegar no filme, vale lembrar que Shia LaBeouf era o ator principal. Mas foi demitido. Ou não. Já a diretora Olivia Wilde teve mesmo um caso com o novo protagonista Harry Styles. Só que ela era casada com Jason Sudeikis. Sim, ele mesmo, o Ted Lasso. Ou seja, se fizer gol de cabeça fura a bola por conta do chifre. Como se não fosse suficiente, a atriz principal Florence Pugh discutiu feio com a diretora. Tanto que ela inclusive se recusou a promover o filme.

Certo. Mas nada disso importaria se Não Se Preocupe, Querida fosse um bom filme. Porém, é tanta tosquice, são tantos momentos constrangedores, principalmente no terço final da história, que não dá para defender qualquer possibilidade de redenção. Sobrou ambição e faltou talento.

A trama começa mostrando o jovem casal Alice (Florence Pugh) e Jack Chambers (Harry Styles). Eles aparentam ter uma vida praticamente perfeita na cidade utópica de Victory, na Califórnia. Porém, em conversas com a sua amiga Mary (Olivia Wilde), Alice se mostra cada vez mais suspeita sobre o trabalho realizado pelo seu marido.

Apesar das objeções de sua esposa, Jack começa a se destacar na comunidade. Ele acaba chamando a atenção de Frank (Chris Pine) e de sua esposa Shelley (Gemma Chan). Frank é um empresário enigmático, mas também é o fundador da cidade de Victory. Por isso, todos parecem um tanto quanto desesperados para chamar sua atenção.

A trama se desenvolve de forma lenta, arrastada. A inspiração mais óbvia é The Stepford Wives (1975). Nesse caso, havia uma razão para o andamento da trama. O filme da década de 70 vai causando um estranhamento até a revelação final. Mas Não Se Preocupe, Querida não consegue mostrar um aumento crescente na ameaça. Não consegue criar um clima de suspense. Basicamente, é mais enrolado do que briga de polvos.

A revelação final mostra que se Olivia Wilde assistiu a The Matrix não entendeu absolutamente nada. Há uma série de conceitos sendo apresentados da forma mais aleatória possível. Há sequências risíveis com personagens agindo da forma mais alucinada possível, sem qualquer justificativa.

Enfim, Olivia Wilde pode passar de cineasta promissora a integrante da fila do seguro desemprego em Hollywood. Não Se Preocupe, Querida. Sempre dá para voltar a fazer seriados de televisão...

J. Tavares

(Don't Worry Darling, EUA, 2022) Direção: Olivia Wilde, Roteiro: Shane Van Dyke, Katie Silberman, Carey Van Dyke, Elenco: Florence Pugh, Chris Pine, Olivia Wilde, Harry Styles, Nick Kroll, Gemma Chan, Duração: 122 min.

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