Ilha do Medo (Shutter Island)
Martin Scorsese tinha uma obsessão: ganhar um Oscar, o que depois de muito tempo acabou conseguindo. Agora, sua atual obsessão parece ser transformar Leonardo DiCaprio em um ator de verdade. Nesta empreitada tem iguais chances de ser bem sucedido: de zero a nulas.
Em “Ilha do Medo” DiCaprio é um agente federal enviado ao hospital psiquiátrico da ilha Shutter, em Boston, para investigar o desaparecimento de uma paciente. Essa é a premissa para um suspense psicológico, onde a psicologia não passa nem pela porta. E onde nada é o que parece.
Pois esse é daqueles filmes cuja revelação final, no caso, não necessariamente uma surpresa, contradiz tudo o que aconteceu antes. E que, basicamente, o telespectador estava assistindo a uma mentira, a um delírio com mais de duas horas de duração. O que convenhamos é um delírio muito longo. E como cinema já é, em principio, “faz de conta”, tudo o que foi mostrado no filme se torna, no mínimo, redundante.
Diga-se de passagem, “Ilha do Medo” é baseado no livro “Paciente 67” de Dennis Lehane, e, apesar das naturais mudanças na transposição para o cinema, o filme mantém a mesma conclusão altamente inverossímil do livro.
O que torna “Ilha do Medo” o tipo de filme que ao ser revisto, vai revelando os furos no roteiro e o absurdo da maioria das situações, principalmente se você souber a explicação para todos personagens estarem agindo daquela forma. O que inclui nessa lista todos os pacientes do hospício. Mas sinceramente quem iria querer rever um filme assim?
(Shutter Island, EUA, 2010) Direção: Martin Scorsese. Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine. Duração: 138 min.
