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A Guerra Secreta (parte 2)

No dia 30 de agosto de 2019 foi notificada a maior tragédia ambiental por derramamento de petróleo da história do Brasil. Uma gigantesca mancha de petróleo atingiu 877 locais em mais de 127 municípios em 11 estados. A quantidade total de óleo nunca foi descoberta, porém mais de 4.500 toneladas foram retiradas das praias brasileiras. O material encontrado nas praias era petróleo cru de alta densidade. Ele possui alta concentração de hidrocarbonetos poliaromáticos (HPA), substância altamente tóxica. Não havia dúvidas de que foi um ataque à soberania nacional. Não havia dúvida de que havia outra conspiração no ar, digo, no mar.

Os efeitos do petróleo foram devastadores. Todo o ecossistema marinho foi afetado de forma direta, incluindo peixes, tartarugas, baleias, frutos do mar, corais, aves e mamíferos aquáticos. A economia, com base no turismo das praias, sofreu um forte impacto. Viagens para as praias do Nordeste foram canceladas.

Infelizmente, o Governo Federal demorou para acionar o Plano Nacional de Contingência de Incidentes com Óleo (PNC). O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez sua primeira menção ao caso mais de um mês depois dos primeiros registros de manchas de óleo. Na verdade, a mancha já se espalhava há quase 40 dias quando o governo iniciou investigações sobre as causas da tragédia. Mas, por sorte, a ZeroZen já estava investigando a questão.

A Polícia Federal iniciou uma operação e apontou o navio grego Boubolina, como possível fonte do vazamento. O navio Bouboulina e a empresa grega dona da embarcação foram citados na decisão judicial que autorizou o pedido de busca e apreensão em escritórios no Rio de Janeiro. A embarcação carregava 1 milhão de barris de petróleo cru e seguiu rumo à Malásia. A empresa dona do navio negou as acusações do governo.

O atento Zeronauta já percebeu o problema. Por que a Grécia teria interesse em atacar o Brasil? Era muito mais lógico eles buscarem vingança contra Kratos, que acabou com toda a sua mitologia. Não havia motivo. Porém um detalhe chamou a atenção. Segundo o Ibama, o petróleo cru foi extraído na Venezuela. Curiosamente, nenhum dos laudos técnicos em relação à origem do óleo foi divulgado. Mas inúmeras amostras encontradas foram testadas por diversos órgãos de comunicação e o resultado sempre confirmou a procedência do petróleo.

Todavia, ainda existem mais detalhes assombrosos nessa conspiração. Os satélites do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e os do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) não localizaram vestígios da origem do vazamento petróleo. A justificativa é que o material estaria navegando na sub superfície em alto mar aflorando apenas muito próximo à costa. O que faz um certo sentido. Porém, existe outra justificava - muito mais pláusível - a distância potencial do início do vazamento fica entre 600 km e 700 km da costa. Normalmente os satélites não monitoram essas regiões. Ou seja, quem fez o vazamento sabia que não seria identificado!

A situação fica ainda mais assustadora depois que uma análise da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizada a partir da plataforma Marine Traffic, provedora mundial de trajetórias de navios, indicou que o vazamento de óleo não teria sido causado pelo petroleiro grego. Sim, Boubolina é inocente. Até mesmo por que foi comprovado que não houve desvio do curso ou qualquer tipo de operação ship to ship (STS) durante a rota. Foi realizada uma investigação completa nos registros das câmeras e sensores que equipam a embarcação, que monitoram as atividades a bordo. Não houve qualquer atividade suspeita. Inclusive, esse material estaria disponível para ser compartilhado com as autoridades brasileiras.

Uma hipótese levantada foi que o derramamento de óleo tenha sido feito por um navio fantasma, que intencionalmente desligou o sistema de rastreamento por satélite. Desta vez o aparvalhado Zeronauta não está tão aparvalhado assim. Principalmente se leu a primeira parte dessa teoria da conspiração. O culpado pelo vazamento só pode ser a Venezuela!!

Foi uma declaração de guerra, foi um ataque premeditado. Claro que é possível perguntar por que a Venezuela não veio a público reclamar a autoria? Fácil. O país está em crise. Ninguém tem dinheiro para colocar um cartão pré-pago e acessar a Internet. Então, a solução encontrada foi enviar uma carta. Só que aí o governo se lembrou que sequer tinha dinheiro para comprar um selo.

Apesar do governo na Venezuela estar caindo de Maduro, a ZeroZen especula se os ataques não irão continuar com mais intensidade. Talvez os planos só tenham sido adiados pela falta de dinheiro. Como se sabe, com a crise, o exército usa armas de espoleta, a marinha usa botes salva-vidas no lugar de navios e a aeronáutica só pode contar com aviões de papel.

A Venezuela utilizou a única arma que tem em abundância, ou seja, petróleo. Por isso, devastou o litoral brasileiro. O país também poderia, claro, tentar um ataque com um time de elite de vencedoras do Miss Universo. Se for esse o caso, podem começar pela redação da ZeroZen. Desde já, obrigado.

Fofox Murder

A verdade está lá fora tomando banho de piscina

Considerações finais:

1 - A empresa de Brasília que apoiou as investigações brasileiras e apontou o Bouboulina como a origem do derramamento, a Hex Tecnologia Geoespacial, foi procurada para dar declarações se acreditava na existência de um navio fantasma. Preferiu não se manifestar.

2 - Não se sabe ainda quanto tempo levará para que todo o óleo seja retirado das praias, rios e mangues, mas dificilmente a remoção poderá ser completa.

3 - O petróleo cru é um material tóxico e pode causar diversos problemas à saúde humana como, por exemplo, câncer.

O texto acima é uma obra de ficção e qualquer coincidência com pessoas ou terceiros é meramente acidental ou usada como forma de paródia.