Planeta Atlântida 2003

Alguém precisa dar um prêmio à organização do Planeta Atlântida. É realmente difícil errar tantas vezes em tantos anos consecutivos. O amadorismo deste pessoal chega a ser constrangedor. Desta vez a novidade do festival, além da forte chuva, foram a existência de dois, ou melhor, três palcos. O expediente, diga-se a bem da verdade, é até comum em concertos na Europa.

A idéia é que enquanto um show termina em um palco, o seguinte já está sendo montado em outro. Isto, obviamente, diminui o tempo de espera entre os espetáculos. Parece bom, não é? Pois onde é que a organização de um festival fatura dinheiro? Justamente no interregno. É aí que as pessoas vão consumir cervejas, refrigerantes, se alimentar, etc. Usar este recurso em um evento pequeno como o Planeta Atlântida é como matar a galinha dos ovos de ouro.

Tem mais. Não satisfeita a organização do Festival criou mais um espaço. Além dos palcos principais (fogo e água) foi criado um espaço alternativo, o chamado Palco Orbeat. Com isso surgiu uma espécie de segunda divisão musical do Planeta Atlântida. O que, honestamente, não deixa de ser um contra-senso, pois ninguém do primeiro time ainda se apresentou em Atlântida. Como os horários de shows colidiam, simplesmente ficou impossível de acompanhar todas as atrações.

Para piorar, o Planeta 2003 teve a pior seleção de bandas de todos os tempos. Talvez os gênios de marketing tenham ouvido falar que este seria o verão do reggae. Por isso resolveram entulhar o festival com tudo menos bandas de rock`n`roll. E basta comparar os números dos shows de reggae com os de rock para saber qual tipo de música faz mais sucesso no mundo. Até mesmo o Zeca Pagodinho apareceu no festival para tomar cerveja de graça.

Em Santa Catarina, nos dias 24 e 25 de janeiro, foram mais de 57 mil planetários. Um bom público. No Rio Grande do Sul os shows ocorreram nos dias 7 e 8 de fevereiro. O público ficou estimado em 40 mil pessoas por noite. Cabe uma ressalva, uma tresloucada apresentadora da rádio oficial do evento insistia na tese de que o Planeta Atlântida era o maior festival de Música da América Latina. Bom, o Rock In Rio é o quê? Ou o finado Hollywood Rock? Ou seja, não existe o menor parâmetro de comparação. Por sorte a moça foi contida pelos seus colegas de rádio ou seria demitida por justa causa por estar realizando propaganda enganosa.

Confira a crítica dos shows do Planeta Atlântida:

- Dia 7 de fevereiro

- Dia 8 de fevereiro

Da equipe de Articulistas